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Caso acende alerta para surto de intoxicação por metanol no estado de São Paulo, que já registra mortes e quadros graves

Limeira, SP – Um caso de intoxicação por metanol, inicialmente descartado, foi confirmado nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Saúde de Limeira, colocando a cidade em alerta e revelando a extensão de um problema de saúde pública que já atinge diversas localidades no estado de São Paulo. A vítima, um homem que não teve a identidade revelada, foi internada em estado grave e precisou ser intubada após consumir um whisky adquirido na capital paulista. Felizmente, após dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele recebeu alta para a enfermaria e não corre mais risco de morte.

O episódio, que lança luz sobre os perigos do consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, começou em 16 de setembro. De acordo com a apuração da Vigilância Sanitária de Limeira, o paciente comprou a garrafa de whisky em São Paulo e, no mesmo dia, compartilhou a bebida com amigos durante um churrasco. O mal-estar não tardou. No dia seguinte, 17 de setembro, tanto ele quanto sua esposa apresentaram sintomas e buscaram uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

Enquanto a esposa apresentou melhora, o quadro de saúde do homem deteriorou-se rapidamente. Em 18 de setembro, com o agravamento dos sintomas, ele retornou ao serviço de saúde, sendo encaminhado para a Santa Casa de Limeira. A gravidade da situação exigiu sua imediata intubação e internação na UTI, onde permaneceu lutando pela vida.

A confirmação do diagnóstico de intoxicação por metanol só veio após a chegada de novos resultados de exames, conforme esclareceu o Departamento de Vigilância em Saúde. Um primeiro teste havia, de forma equivocada, descartado a contaminação pela substância.

Um Perigo Invisível e Silencioso

O metanol, também conhecido como álcool metílico, é um composto químico altamente tóxico, frequentemente utilizado como solvente industrial, em combustíveis e na produção de biodiesel. Ele não é próprio para o consumo humano. No entanto, por ser mais barato que o etanol (álcool etílico), presente nas bebidas alcoólicas legalizadas, é utilizado por fabricantes clandestinos para adulterar produtos, barateando custos de produção e enganando o consumidor.

O grande perigo do metanol reside no fato de que ele não altera significativamente a cor, o cheiro ou o sabor da bebida, tornando sua detecção impossível para o consumidor no momento da ingestão. Os efeitos da intoxicação, porém, são devastadores. Os primeiros sintomas podem se assemelhar a uma embriaguez comum, incluindo tontura, dor de cabeça, náuseas e vômitos.

Contudo, à medida que o metanol é metabolizado pelo organismo, ele se converte em substâncias ainda mais tóxicas, como o formaldeído e o ácido fórmico. Estes compostos atacam violentamente o sistema nervoso central, especialmente o nervo óptico, podendo levar à visão turva, cegueira permanente e, em casos mais graves, convulsões, coma e morte. A demora entre o surgimento dos primeiros sinais e o agravamento do quadro pode ser de 12 a 24 horas, um período crítico para o início do tratamento, que pode incluir o uso de antídotos e até hemodiálise para remover a toxina do sangue.

Surto em São Paulo

O caso de Limeira não é um evento isolado. Ele se insere em um contexto preocupante de um surto de intoxicações por metanol no estado de São Paulo. Nas últimas semanas de setembro, foram registrados múltiplos casos e até mortes em cidades como a capital, São Bernardo do Campo e Bragança Paulista. As autoridades de saúde e segurança pública já investigam a origem das bebidas adulteradas, que incluem não apenas whisky, mas também gin e vodka.

A suspeita é de que uma ou mais quadrilhas especializadas estejam por trás da produção e distribuição em larga escala desses produtos falsificados. A situação levou o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a emitirem alertas nacionais, orientando a população e os comerciantes sobre os riscos e as formas de prevenção. A recomendação é clara: adquirir bebidas alcoólicas apenas de fornecedores e estabelecimentos comerciais confiáveis, desconfiar de preços muito abaixo do mercado e verificar a integridade da embalagem, como o lacre e o selo fiscal.

O Departamento de Vigilância em Saúde de Limeira continua acompanhando o paciente e a investigação sobre a origem da bebida. A Vigilância Sanitária reforça a importância da colaboração da população e mantém um canal de denúncias ativo para coibir a venda de produtos suspeitos.


Fique atento e denuncie! Se você suspeitar de alguma bebida alcoólica adulterada, não consuma e informe imediatamente as autoridades. A sua denúncia pode salvar vidas. 📢 📞 Canal de denúncias da Vigilância Sanitária de Limeira (WhatsApp): (19) 3720-2520.

Fonte: Governo de Limeira.

Da Redação.

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