Plano Trump-Netanyahu: Ultimato para ‘Nova Gaza’

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reúne com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, Washington, D.C., em 29 de setembro de 2025. Foto de Avi Ohayon/GPO.
Proposta audaciosa dá 72 horas para Hamas libertar reféns e se desmilitarizar, prometendo o fim da guerra e reconstrução.
Em um anúncio que pode redefinir o futuro do Oriente Médio, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, revelaram na Casa Branca um plano ambicioso para encerrar a guerra de dois anos em Gaza. A proposta, apresentada como um caminho rápido para a paz, estabelece um ultimato de 72 horas para o Hamas, condicionando o fim das hostilidades à devolução imediata de todos os reféns israelenses e à completa desmilitarização do grupo.
O acordo, detalhado em uma coletiva de imprensa conjunta, propõe a criação de uma “Nova Gaza”, administrada e policiada por um novo governo palestino local, do qual nem o Hamas nem a atual Autoridade Palestina fariam parte. “A tirania do terror do Hamas tem que acabar”, declarou Trump, delineando os termos de uma troca complexa: em contrapartida à libertação dos reféns e ao desarmamento, Israel cessaria sua ofensiva militar, iniciaria uma retirada “modesta” e libertaria prisioneiros de segurança palestinos.
A pedra angular do plano é a formação de um “Conselho da Paz”, liderado pelos Estados Unidos e com figuras como o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, que supervisionaria a desmilitarização e a formação do novo governo em Gaza. Embora Israel pretenda retirar suas tropas da maior parte do território, Netanyahu foi enfático ao afirmar que o país “manterá a responsabilidade primordial de segurança em Gaza”, incluindo a manutenção de um amplo perímetro de segurança ao redor da Faixa.

Se o Hamas não cumprir a exigência central de libertar os reféns – vivos e mortos – no prazo estipulado, o acordo prevê que Israel terá carta branca para “terminar o trabalho sozinho”. “Existe uma maneira fácil e uma maneira difícil”, afirmou Netanyahu. “Preferimos o caminho mais fácil.”
A Diplomacia nos Bastidores e o Papel Árabe
Um elemento surpreendente do anúncio foi o suposto envolvimento e compromisso de nações-chave do mundo árabe e muçulmano. Segundo Trump, países como Catar, Egito, Jordânia, Turquia, Arábia Saudita, Paquistão e Indonésia estariam prontos para apoiar e participar ativamente da desmilitarização de Gaza. “Os países árabes e muçulmanos se comprometeram a desmilitarizar Gaza rapidamente”, disse o presidente americano.
O Catar, que historicamente mantém relações com a liderança do Hamas, surge como peça central. Uma ligação trilateral entre Trump, Netanyahu e o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, teria sido decisiva. Durante a conversa, Netanyahu teria se desculpado pela morte de um cidadão do Catar durante um ataque recente a líderes do Hamas em Doha, assegurando que a ação visava terroristas e não o Estado do Golfo. O diálogo resultou na criação de uma comissão trilateral para mediar futuras tensões, um passo significativo para alinhar os interesses regionais em prol do acordo.
O Futuro Palestino e os Desafios Internos
O plano aborda a questão da soberania palestina de forma cautelosa. Ele rejeita a criação imediata de um Estado palestino, alinhando-se a uma “linha vermelha” de Netanyahu, mas deixa uma porta entreaberta para a Autoridade Palestina (AP). Para que a AP assuma eventualmente o controle de Gaza ou avance para um Estado na Cisjordânia (Judeia e Samaria), ela precisaria passar por profundas reformas, incluindo o fim de pagamentos a terroristas (“pay for slay”), a cessação do incitamento contra Israel e o reconhecimento do país como um Estado judeu.

Apesar de o plano parecer uma vitória para Netanyahu, ele enfrenta obstáculos significativos em seu próprio campo político. A retirada de tropas, a libertação de prisioneiros condenados por terrorismo e o envio de ajuda massiva para a reconstrução de uma “Nova Gaza” são pontos que devem gerar forte oposição de membros da direita de sua coalizão. Muitos em Israel defendem que apenas o controle militar direto pode garantir a segurança do país.
O sucesso ou fracasso desta proposta arriscada depende, em última instância, da resposta do Hamas nas próximas horas. Se o grupo aceitar e libertar os reféns, Israel poderá trazer seus reservistas para casa e iniciar um processo de recuperação de sua imagem internacional. Caso contrário, a guerra pode entrar em uma fase ainda mais intensa. O mundo, agora, observa o relógio.
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Fonte da Informação Base: JNS (Jewish News Syndicate).
Da Redação.
Jornalista
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