Caso Ex-Delegado: Subsecretário é Alvo de Operação

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Busca encontra armas e dinheiro em casa de autoridade; investigação mira possível envolvimento de agentes públicos

Operação mira autoridade de Praia Grande em caso que chocou SP; armas e dinheiro foram apreendidos

A investigação sobre o assassinato do ex-delegado geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, ganhou novos desdobramentos nesta segunda-feira (29) quando a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em oito endereços da Baixada Santista. Entre os alvos da operação estava a residência de Sandro Rogério Pardini, subsecretário de Gestão e Tecnologia da Prefeitura de Praia Grande, elevando a complexidade do caso que chocou as autoridades paulistas.

Na casa de Pardini, os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) recolheram diversos materiais que serão submetidos à perícia. Entre os itens apreendidos estavam equipamentos eletrônicos como um celular, dois notebooks, dois pendrives e um computador. Mas o que mais chamou a atenção foi a descoberta de três pistolas e quantias significativas em dinheiro: R$ 50 mil em reais, US$ 10,3 mil em dólares americanos e € 1,1 mil em euros.

A operação, coordenada pelo DHPP com apoio da Polícia Civil local, abrangeu outros endereços em Santos, Praia Grande e São Vicente. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) manteve discrição sobre os detalhes, informando apenas que “foram apreendidos celulares, eletrônicos e outros itens de interesse da investigação”, preservando a autonomia do trabalho policial para não comprometer as apurações em andamento.

Por meio de nota oficial, a Prefeitura de Praia Grande declarou que “mantém contato constante com a Polícia Civil e está colaborando integralmente com as investigações, fornecendo imagens, informações e demais materiais solicitados”. A administração municipal informou ainda que não recebeu comunicação oficial sobre as buscas e apreensões, mas reforçou que permanece à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos necessários.

A defesa de Sandro Pardini, representada por seus advogados, emitiu posicionamento veemente negando qualquer envolvimento do subsecretário no crime. “Rejeitamos veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados”, afirmaram os representantes legais. Segundo a defesa, Pardini foi ouvido na qualidade de testemunha e está disposto a colaborar para o esclarecimento do caso.

Sobre os itens apreendidos, os advogados destacaram que “os objetos e bens apreendidos não possuem qualquer relação com os fatos, o que foi comprovado pela documentação juntada e confirmado nos esclarecimentos prestados por Sandro”. A defesa ressaltou ainda que o subsecretário “tem uma vida completamente voltada ao trabalho lícito e cuidado com a sua família”.

Até o momento, a investigação já resultou na prisão de quatro suspeitos de participação direta no crime. Rafael Marcell Dias Simões, conhecido pelo codinome Jaguar, foi identificado como um dos executores do assassinato. William Silva Marques, proprietário do imóvel usado como base para o planejamento da operação criminosa, também está sob custódia.

Dahesley Oliveira Pires foi presa por transportar o fuzil utilizado no crime, arma de grosso calibre que demonstra a preparação e sofisticação da ação. Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, foi detido por auxiliar na fuga de um dos criminosos após a execução. Outros quatro suspeitos permanecem foragidos: Felipe Avelino da Silva (Mascherano), Flávio Henrique Ferreira de Souza, Luis Antônio Rodrigues de Miranda e Humberto Alberto Gomes.

As imagens das câmeras de segurança mostraram a precisão e o planejamento da emboscada. Os criminosos posicionaram um veículo próximo à Prefeitura de Praia Grande às 18h02 do dia 15 de setembro. Apenas 14 minutos depois, o carro de Ruy Ferraz passou pelo local e foi imediatamente alvejado com tiros de fuzil. Ferido, o ex-delegado tentou fugir, percorreu aproximadamente 2,5 quilômetros, colidiu com um ônibus e foi executado pelos assassinos.

O Departamento Estadual de Homicídios trabalha com múltiplas linhas de investigação, incluindo a possível participação de agentes públicos no crime. Ruy Ferraz acumulou muitos inimigos ao longo de sua carreira de mais de 40 anos na Polícia Civil paulista, sendo considerado o adversário número um do Primeiro Comando da Capital (PCC) quando estava na ativa.

As desavenças de Ferraz não se limitavam ao crime organizado. O ex-delegado também mantinha conflitos dentro da própria Polícia Civil e pode ter contrariado interesses políticos e econômicos locais em sua função na administração municipal de Praia Grande, onde atuava como secretário de Administração desde janeiro de 2023.

Investigadores traçam paralelos entre este caso e o assassinato do corretor Vinícius Gritzbach, também inimigo declarado do PCC, morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo. A principal linha de investigação aponta para uma possível vingança da organização criminosa, já que Ruy Ferraz foi pioneiro nas investigações sobre o grupo no início dos anos 2000.

Durante sua carreira, o ex-delegado participou ativamente da transferência de lideranças importantes do PCC para presídios federais de segurança máxima, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, considerado o líder máximo da facção. Em 2019, após essa transferência, Ferraz foi jurado de morte pela liderança da organização criminosa, uma ameaça que, segundo fontes policiais, nunca deixou de ser levada a sério.

A trajetória de Ruy Ferraz na polícia incluiu passagens pela Delegacia de Taguaí, pela Divisão de Homicídios do DHPP e pela 1ª Delegacia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Denarc. Ele também comandou a 5ª Delegacia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais, sempre com atuação destacada no combate ao crime organizado, tornando-se uma referência nacional na área.

As investigações prosseguem com o objetivo de identificar todos os envolvidos no planejamento e execução do crime, bem como possíveis mandantes. A Polícia Civil mantém sigilo sobre detalhes estratégicos das apurações para preservar a efetividade das diligências em andamento.


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FONTE: Jornal da Cidade Online, CNN Brasil, Terra, IstoÉ, Diário do Grande ABC.

Da Redação.

Jornalista


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