Tarcísio visita Bolsonaro e reacende jogo para 2026

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Encontro reforça tensão entre anistia, PL da dosimetria e embate interno na direita

No dia 29 de setembro de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu em sua residência, na capital federal, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). O encontro, autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes do STF, durou cerca de três horas e gerou repercussão imediata no tabuleiro político para as eleições de 2026.

No fim da reunião, Tarcísio saiu reafirmando que a pauta anistia ampla para os condenados nos atos de 8 de janeiro continua sendo defendida por ele como “caminho para pacificação”.

Ele também minimizou que o tema eleitoral tenha sido tratado formalmente com Bolsonaro, insistindo que seguirá candidato à reeleição em São Paulo e não ao Palácio do

Motivações por trás do encontro

A reunião, além de simbolizar o estreitamento entre ambas lideranças, ocorre em meio a movimentações intensas no centrão e na base aliada. Alguns integrantes desse bloco pressionam Bolsonaro a declarar apoio antecipado a Tarcísio, para fortalecer sua placa de sustentação eleitoral. Isso porque uma eventual condenação definitiva que leve o ex-presidente ao regime fechado poderia inviabilizar sua capacidade de articulação política.

Há ainda o impasse do chamado PL da Dosimetria, proposta alternativa à anistia que prevê atenuação ou redução de penas. Para Tarcísio e aliados próximos a Bolsonaro, essa proposta não satisfaz completamente o núcleo bolsonarista, que vê na anistia ampla um gesto de reconstrução de laços e reconciliação política.

No entanto, há uma divergência narrativa: embora Tarcísio defenda publicamente a anistia, ele também afirmou que “não discutiu eleitoralmente” com Bolsonaro durante o encontro — inclusive negando que a pauta tenha sido oficialmente levada à mesa.

O pano de fundo jurídico e institucional

O tema da anistia é cercado de barreiras jurídicas e resistência institucional. Para se tornar realidade, dependerá da aprovação no Congresso e de compatibilidade com a Constituição. Críticos alertam para o risco de impunidade ou fragilização do sistema judiciário caso haja perdão amplo a envolvidos nos atos antidemocráticos.

Por outro lado, no plano simbólico, a defesa da anistia por parte de um governador influente do bolsonarismo reforça a estratégia de reconstrução política: não apenas restaurar apoios internos, mas reescrever parte da narrativa do pós-8 de janeiro.

Além disso, Jair Bolsonaro já foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe — sentença resultante da Ação Penal 2668 julgada no STF, conforme relata o relator Alexandre de Moraes.
Wikipédia

A crise de sucessão e o nó familiar

A relação com a família Bolsonaro não oferece previsibilidade ao processo. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos e com restrição judicial para se comunicar com o pai, lançou-se como pré-candidato à Presidência. Essa dissidência potencial complica qualquer estratégia unilateral de apoio externo ao governador paulista.

Para aliados de Tarcísio, somente uma declaração clara de apoio de Bolsonaro daria segurança política para que ele deixasse o governo paulista em 2026. Até lá, o cenário segue incerto.

Reação observadora de outros governadores

Outros quadros do campo de direita e centro-direita, como Eduardo Leite (PSD-RS), Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União-GO), adotam uma postura de cautela. Todos aguardam desdobramentos nos próximos movimentos de Bolsonaro e Tarcísio antes de se posicionarem publicamente.

Esse recuo revela que o ambiente político ainda não cristalizou alianças firmes, e que a leitura dos próximos atos será decisiva para formar coalizões no pleito presidencial.

Possíveis cenários para 2026

Apoio formal de Bolsonaro a Tarcísio: se vier, romperá o impasse sucessório e consolidará a liderança do governador paulista dentro da base bolsonarista.

Apoio de última hora ou ambíguo: permitiria que Tarcísio mantenha margem de manobra, enquanto protege Bolsonaro juridicamente.

Deriva familiar: se Eduardo Bolsonaro consolidar sua pré-candidatura, pode haver cisão no campo bolsonarista, dificultando alianças.

Fracasso legislativo da anistia: se o Congresso rejeitar ou inviabilizar a proposta, o gesto simbólico perde força e o debate volta ao centro institucional.


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Fonte: VEJA, CNN Brasil, Poder360.

Da Redação.

Jornalista


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