Revolução no Futebol: CBF muda tudo a partir de 2026

Brasileirão em janeiro, final única na Copa do Brasil e mais jogos para times menores. Entenda a maior mudança em décadas.
Rio de Janeiro – Em uma decisão histórica que promete redefinir o cenário do esporte mais popular do país, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta quarta-feira, 1º de outubro, uma profunda e abrangente reestruturação no calendário do futebol nacional para o quadriênio 2026-2029. As alterações, apresentadas na sede da entidade, no Rio de Janeiro, representam a mais significativa mudança nas competições brasileiras das últimas décadas, impactando desde os gigantes da Série A até os clubes mais modestos que lutam por visibilidade e sobrevivência.
O pacote de medidas ataca problemas crônicos do futebol brasileiro: a exaustiva maratona de jogos para os times de elite e o longo período de inatividade para as equipes menores. A partir de 2026, os torcedores terão que se acostumar com uma nova realidade: o Campeonato Brasileiro começará no calor de janeiro, os Campeonatos Estaduais serão drasticamente encurtados e a Copa do Brasil será decidida em uma emocionante final de jogo único.
O Novo Ritmo das Competições
A mudança mais impactante é, sem dúvida, a inversão da lógica tradicional das temporadas. Os Campeonatos Estaduais, que historicamente ocupavam os primeiros quatro ou cinco meses do ano, serão compactados em apenas 11 datas, ocorrendo de 11 de janeiro a 8 de março.
Logo em seguida, sem tempo para respiro, o Campeonato Brasileiro da Série A terá seu pontapé inicial em 28 de janeiro, estendendo-se até o dia 2 de janeiro do ano seguinte. Essa alteração radical quebra o alinhamento com o calendário europeu e cria uma temporada contínua, que atravessa o ano novo.
A Copa do Brasil também passa por uma transformação crucial. O torneio mais democrático do país se tornará ainda maior, com a participação de 126 clubes. No entanto, sua final, tradicionalmente disputada em dois jogos, será decidida em uma única partida no dia 6 de dezembro. Para aliviar a carga dos clubes que disputam a Libertadores e a Sul-Americana, os times da Série A entrarão na competição apenas a partir da quinta fase, reduzindo o número de partidas que precisam jogar.
Mais Oportunidades e Menos Desgaste
Segundo o presidente da CBF, Samir Xaud, a lógica por trás da revolução é dupla. “Essas mudanças têm o objetivo de reduzir a carga de jogos das equipes que hoje enfrentam maratonas exaustivas, especialmente na Série A. Ao mesmo tempo, queremos ampliar a oportunidade de competições nacionais para equipes que passam muito tempo inativas”, explicou.
Essa segunda parte do objetivo se materializa na expansão da Série D do Campeonato Brasileiro. A competição, que serve de porta de entrada para o cenário nacional, saltará de 64 para 96 clubes a partir de 2026. Com a disputa marcada para 5 de abril a 13 de setembro, o novo formato garante um calendário mais robusto para os participantes, com um mínimo de 10 a 14 jogos por equipe e um total de 100 partidas a mais no torneio. A proposta, liderada por representantes dos próprios clubes da divisão, visa dar maior sustentabilidade financeira e visibilidade a centenas de agremiações pelo Brasil.
Resposta à Pressão Internacional
A reformulação não é apenas uma resposta a problemas internos. O calendário global impôs uma pressão insustentável sobre o modelo brasileiro. Júlio Avelar, diretor de competições da CBF, destacou o cenário complexo. “São 882 clubes no Brasil, mas apenas 124 em competições das quatro divisões nacionais”, afirmou, ressaltando a disparidade. Dados de 2024 mostram que equipes da Série A chegam a disputar, em média, 67 jogos por ano.
Eventos como o novo Mundial de Clubes da FIFA em 2025, que consumirá nove datas, e a Copa do Mundo de 2026, ampliada para 39 dias, retiraram ainda mais espaço do calendário nacional. Somam-se a isso os playoffs criados pela Conmebol na Copa Sul-Americana, que frequentemente coincidem com rodadas do Brasileirão.
O futuro próximo também exigiu planejamento. Em 2027, o Brasil sediará a Copa do Mundo Feminina, e muitos estádios da Série A serão utilizados. A reorganização do calendário visa garantir que as arenas estejam disponíveis para o evento da FIFA sem causar um colapso nas competições masculinas. A CBF, portanto, age de forma proativa para se adaptar a uma realidade inevitável, buscando criar um modelo que, embora controverso, seja mais equilibrado e sustentável para todos os envolvidos, do topo à base do futebol nacional.
E você, o que achou das mudanças? O novo calendário vai melhorar o futebol brasileiro? Deixe sua opinião nos comentários! ⚽👇🗣️
Fonte: CBF.
Da Redação.
Jornalista
Descubra mais sobre GRNOTICIAS
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.