Bebidas apreendidas em loja ligada a vítima intoxicada; casos crescem no país e ações se intensificam
Em meio ao alerta nacional por intoxicações graves causadas por metanol em bebidas alcoólicas, Limeira (SP) entra na linha de frente de uma operação que une Vigilância Sanitária (Visa), Guarda Civil Municipal (GCM) e Polícia Civil. Nesta quinta-feira, 2 de outubro, as equipes fiscalizaram a loja de bebidas “Tchay”, no Jardim Ibirapuera, pertencente a um homem de 30 anos internado por envenenamento acidental com a substância tóxica. A ação resultou na apreensão de 17 garrafas sem nota fiscal, alimentando investigações sobre falsificação e distribuição irregular.
O caso ganhou contornos dramáticos quando o proprietário da adega, um morador local, revelou ter adquirido o uísque adulterado em uma distribuidora na capital paulista. Apesar da compra ter ocorrido em São Paulo, a conexão com o comércio limeirense justificou a vistoria imediata. “Estamos agindo com base em denúncias e evidências concretas para proteger a população”, afirmou o delegado Leonardo Burger, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira, ao G1. A Polícia Civil agora apura a origem das bebidas, com foco em indícios de adulteração química – um crime que pode render penas de até 8 anos de prisão, conforme o Código Penal.
A Trajetória da Intoxicação: De um Churrasco a uma Luta pela Vida
Tudo começou em 16 de setembro, quando o homem, identificado apenas como proprietário da “Tchay”, comprou uma garrafa de uísque em São Paulo e a consumiu no mesmo dia, durante um churrasco familiar. No dia seguinte, 17 de setembro, ele e a esposa sentiram os primeiros sintomas: náuseas intensas, vômitos e dores abdominais agudas. Procuraram atendimento em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local, onde foram diagnosticados com suspeita de intoxicação alimentar.
A esposa evoluiu bem e recebeu alta no dia 18, mas o quadro do marido se agravou rapidamente. Transferido para a Santa Casa de Limeira, ele precisou ser intubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido a falência hepática e renal – sequelas clássicas do metanol, que o corpo confunde com etanol, mas metaboliza em formaldeído e ácido fórmico, substâncias corrosivas para órgãos vitais. Após 12 dias de batalha na UTI, o paciente recebeu alta da unidade no dia 29 de setembro e foi removido para a enfermaria. Hoje, 3 de outubro, ele não corre risco imediato de morte, mas segue sob monitoramento médico rigoroso, com exames regulares para avaliar danos permanentes à visão e ao sistema nervoso, comuns em sobreviventes de envenenamentos por metanol.
A esposa, em depoimento à Visa, descreveu o terror daqueles dias: “Ele bebeu como sempre, mas no outro dia virou outro mundo. Achamos que era algo passageiro, mas foi piorando”. Relatos como esse ecoam em dezenas de casos semelhantes reportados no estado de São Paulo desde agosto, quando o surto ganhou visibilidade.
Fiscalização em Ação: 17 Garrafas e Suspeitas de Irregularidades
A operação na “Tchay” foi precisa e multidisciplinar. Agentes da Visa identificaram as garrafas sem documentação fiscal – um sinal clássico de produtos clandestinos ou falsificados. “Essas bebidas podem conter metanol industrial, desviado de usos como solventes ou combustíveis”, explica um técnico da agência, em entrevista ao Jornal da EPTV. A GCM garantiu a segurança do local, enquanto peritos da DIG coletaram amostras para análise laboratorial no Instituto de Criminalística.
Não se trata de um incidente isolado. Em paralelo, a Polícia Federal (PF) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deflagram fiscalizações em pontos suspeitos de distribuição de bebidas contaminadas em todo o país, conforme noticiado pelo G1 em 2 de outubro. Em São Paulo, Pernambuco e Distrito Federal, os casos explodem: uma morte confirmada por metanol, sete óbitos sob investigação e mais de 50 internações, segundo a CNN Brasil. O Ministério da Justiça, por sua vez, iniciou uma varredura nacional no fornecimento de bebidas, dando 48 horas para associações e comércios prestarem esclarecimentos, como reportado pela Folha de S.Paulo.
Especialistas apontam para falhas sistêmicas. “A indústria sucateou a fiscalização, facilitando adulterações com metanol importado pelo crime organizado”, denuncia uma reportagem da Nova Democracia, citando desvios de estoques industriais para o mercado paralelo. Em Ribeirão Preto, uma distribuidora similar foi alvo de buscas no dia 2, com apreensões de lotes inteiros, conforme o Jornal da Clube.
Limeira na Linha de Frente: Trabalho Permanente Contra o Risco Invisível
Limeira não está despreparida. Sob determinação do prefeito Murilo Félix, a cidade mantém um programa permanente de fiscalização em estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, intensificado desde os primeiros alertas estaduais sobre metanol. “É uma prioridade de saúde pública. Não vamos permitir que veneno chegue à mesa das famílias”, declarou o gestor em nota oficial do Governo de Limeira.
As ações incluem vistorias surpresa, análise de rótulos e parcerias com o Procon para multas pesadas – que podem ultrapassar R$ 100 mil por irregularidade. Nos últimos 30 dias, mais de 50 adegas foram inspecionadas na região, resultando em 12 interdições e encaminhamentos ao Ministério Público. “O metanol é mortal em doses baixas; 10 ml podem cegar ou matar”, alerta o toxicologista Dr. Roberto Marques, da USP, em declaração à CNN.
O Alerta Nacional: Lições e Desafios para o Futuro
O surto de metanol expõe vulnerabilidades na cadeia de suprimentos alcoólicos. No Brasil, o consumo de bebidas falsificadas representa 20% do mercado ilegal, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bebidas (ABRABE), com o metanol sendo o adulterante mais barato e letal. Casos semelhantes pipocam em vídeos virais no Instagram e YouTube, como uma entrada em fábrica clandestina exibida pelo Cidade Alerta, mostrando barris de “cachaça” misturada com produtos químicos.
Para os consumidores, o recado é claro: verifique selos de procedência, evite promoções suspeitas e denuncie ao Disque Saúde (136). Autoridades federais prometem endurecer penas e investir em rastreabilidade digital para garrafas.
Em Limeira, o episódio da “Tchay” serve de lição amarga, mas também de catalisador para ações preventivas. Enquanto o proprietário se recupera, a cidade reforça sua vigilância, garantindo que o brinde à vida não se torne um risco à morte. A batalha contra o metanol continua – e a população merece transparência total.
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Fonte: Governo de Limeira.
Da Redação.
Jornalista
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