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Quando o acúmulo domina, há risco: riqueza sem gratidão nem propósito deixa a alma vazia

Em uma época em que a busca por segurança financeira e conforto material parece nortear grande parte das escolhas pessoais, a Parábola do Rico Insensato — narrada em Lucas 12:16-21 — ressoa com vigor e urgência. Jesus apresenta um homem cujo campo produziu abundantemente, que planeja construir celeiros maiores para guardar tudo, prometendo-a si mesmo anos de descanso, festas e prazer. Porém, Deus o chama de “insensato,” pois “nesta mesma noite a sua vida lhe será exigida”, deixando claro que nada do que acumulou lhe será útil.

A narrativa não condena a riqueza em si — productive trabalhar, poupar, planejar não são pecados. O que Jesus critica é o egoísmo, a ilusão de controle absoluto, o apego desenfreado ao “meu”, ao “eu”, à segurança derivada do ter, sem considerar que a vida pode terminar a qualquer momento, nem olhar para além do presente.

Especialistas em exegese bíblica apontam que o termo grego usado para “insensato” (aphrōn) traduz‐se como “sem sabedoria”, “imprudente”, “aquele que vive como se não tivesse de prestar contas”. Ele reflete uma visão espiritual da existência independente de Deus, como se tudo estivesse sob controle humano.

Outro perigo grave, conforme estudiosos, é a cegueira moral de quem vive intensamente voltado para si mesmo. A parábola enfatiza que o homem fala consigo: seus planos, seus celeiros, seu descanso — mas não há palavra de gratidão, de reconhecimento de que a bênção recebida decorre de algo maior do que suas mãos. Também não há preocupação com o próximo ou com a eternidade. A riqueza está reservada para si, não para servir, repartir ou legar.

A mensagem se conecta com ensinamentos posteriores de Jesus no mesmo capítulo de Lucas, nos quais Ele alerta que “a vida de alguém não consiste na abundância dos bens que possui” e incentiva os discípulos a buscá-lo acima de tudo, confiando que Deus proverá.

Viver como se Deus não existisse — ou como se Ele não importasse nas decisões importantes — resulta em uma vida desbalanceada, marcada por ansiedade, orgulho, dependência crescente de posses e pela recusa em encarar a fragilidade da própria existência. Em contraposição, a parábola sugere uma vida sábia: uma vida rica para com Deus, abundante não apenas em bens, mas em propósito, serviço, amor ao próximo e consciência do terreno eterno.

O perigo manifesto aqui é duplo: primeiro, a ilusão de autonomia — acreditar que somos donos absolutos da nossa vida, riqueza e destino; segundo, o esquecimento da eternidade — não considerar que, independentemente de quanto duremos, teremos de prestar contas de nossas escolhas. A parábola chama cada leitor a examinar: para onde estou direcionando meus recursos? Meu “eu e meu” domina minhas metas? Ou existe reconhecimento de outra autoridade — Deus — capaz de demandar de mim o que realmente importa?


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Fonte: Bíblia Sagrada, Lucas 12:16-21 (parábola do rico insensato)

Da Redação

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