Acorda Brasil! Ex-Diretor da Abin Expõe Falhas em Depoimento ao STF

Abin Antecipou Riscos, Mas Ação Foi Insuficiente
Alertas Ignorados Antes dos Atos de 8 de Janeiro
Em um depoimento revelador ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira, 27 de maio de 2025, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, trouxe à tona detalhes cruciais sobre o monitoramento das manifestações que culminaram nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Cunha afirmou que a Abin já tinha ciência, no dia 7 de janeiro, de que a manifestação planejada para o dia seguinte seria de “médio a grande porte”. Essa informação lança questionamentos sobre a eficácia das medidas de segurança adotadas pelo governo federal e pelas autoridades locais, que, apesar dos alertas, não conseguiram impedir a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Monitoramento Precoce e Alertas Iniciais
Segundo Saulo Moura da Cunha, a Abin começou a emitir alertas já em 2 de janeiro de 2023, com base em dados coletados sobre o fluxo de caravanas de ônibus rumo a Brasília e no monitoramento de grupos em redes sociais. Esses relatórios iniciais foram compartilhados com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que inclui órgãos como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), as Forças Armadas, o Ministério da Justiça e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Inicialmente, os informes apontavam para uma adesão aparentemente baixa, mas a situação começou a se agravar a partir do dia 5, quando convocações para ocupações de prédios públicos e ações violentas começaram a circular entre grupos mais extremistas.
Escala da Mobilização e Risco de Violência
No dia 6 de janeiro, a Abin emitiu um alerta mais contundente, destacando a presença de manifestantes com acesso a armas e a intenção explícita de invadir o Congresso Nacional e outros edifícios na Esplanada dos Ministérios. “Destaca-se a convocação, por parte de organizadores de caravanas, para o deslocamento de manifestantes com acesso a armas e sua intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional ou outros edifícios na Esplanada, que também poderiam ser alvo de ações violentas”, informou o relatório da agência, segundo Cunha. Na véspera dos atos, dia 7, a chegada de mais de 100 ônibus a Brasília reforçou a percepção de que a manifestação ganhava proporções significativas, com estimativas de mais de 5 mil pessoas presentes.
Comunicação com Autoridades e Falhas na Resposta
Apesar dos sucessivos alertas, Cunha revelou que a Abin não tinha comunicação direta com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, então comandada por Anderson Torres, responsável pela proteção dos prédios públicos. O ex-diretor relatou que o primeiro contato com a secretaria ocorreu apenas na noite de 7 de janeiro, por iniciativa própria, via a subsecretária Marília Ferreira de Alencar. Na manhã do dia 8, às 8h50, uma assembleia no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército decidiu que os manifestantes marchariam para a Esplanada às 13h. A Abin prontamente alertou o GSI, mas Cunha não soube confirmar se essas informações foram repassadas às autoridades locais para medidas preventivas.
Postura Passiva e Consequências
Alarmante é o fato de que, mesmo com relatórios detalhando o risco de invasões e a presença de possíveis infiltrados armados, o governo federal e as autoridades do Distrito Federal não acionaram um esquema de segurança mais robusto. Quando os manifestantes chegaram à Esplanada, encontraram barreiras policiais frágeis e apenas 150 agentes da Força Nacional, insuficientes para conter a multidão. Às 14h50, os extremistas invadiram o Congresso Nacional, subindo a rampa e acessando o Salão Verde, antes de se dirigirem ao Palácio do Planalto e ao STF, deixando um rastro de destruição.
Questionamentos e Lições
O depoimento de Saulo Moura da Cunha levanta questões críticas sobre a coordenação entre os órgãos de inteligência e as forças de segurança. Por que os alertas da Abin, emitidos com dias de antecedência, não resultaram em ações preventivas eficazes? A passividade das autoridades contribuiu para os atos de vandalismo que abalaram a democracia brasileira? As revelações de Cunha desafiam narrativas anteriores e reforçam a necessidade de uma investigação profunda sobre as responsabilidades pela falha na segurança pública em 8 de janeiro de 2023.
O que você acha das falhas reveladas no depoimento de Saulo Moura da Cunha? Os alertas da Abin foram suficientes, ou as autoridades falharam na resposta? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esta matéria para que mais pessoas saibam a verdade sobre os eventos de 8 de janeiro! Sua voz é essencial para o debate sobre a segurança e a democracia no Brasil.
Fonte: O Globo.
Da Redação.
Jornalista
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