Acorda Brasil! Venezuela usa Brasil em Esquema Bilionário de Petróleo

0
adobestock-373721788-040420251714jpeg-710x473-1-710x470

Esquema Internacional Envolve Falsificação e Desvio de Sanções Acorda Brasil!

Uma investigação conduzida pela agência Reuters e publicada pela revista Veja revelou um esquema bilionário no qual a Venezuela utiliza o Brasil como fachada para exportar petróleo à China, driblando sanções impostas pelos Estados Unidos. A prática, que envolve falsificação de documentos e manipulação de sinais de localização de navios, tem colocado o Brasil no centro de uma operação internacional ilícita, com implicações diplomáticas e comerciais significativas.

Como Funciona o Esquema

O esquema opera por meio de uma técnica conhecida como “spoofing”, na qual navios-tanque venezuelanos, como o “Karina” (registrado na Libéria), desligam seus transponders ou emitem sinais falsos para simular que estão partindo de portos brasileiros. Na realidade, essas embarcações nunca se aproximam da costa do Brasil. O petróleo, identificado como óleo pesado tipo Merey, é carregado na Venezuela e recebe certificados de origem falsos, sendo rotulado como “mistura de betume” brasileira — um resíduo usado para produzir asfalto, que o Brasil praticamente não exporta, conforme esclarecido pela Petrobras.

Essa reclassificação permite que o petróleo venezuelano chegue à China sem passar por inspeções rigorosas ou cotas de importação de petróleo bruto. Dados da alfândega chinesa indicam que, entre julho de 2024 e março de 2025, cerca de 2,7 milhões de toneladas (equivalente a 67 mil barris por dia) de suposta “mistura de betume brasileira” foram importadas. No entanto, registros alfandegários brasileiros não apontam qualquer exportação desse material, reforçando a suspeita de fraude.

Envolvimento de Intermediários

As exportações são coordenadas por intermediários, como a empresa chinesa Hangzhou Energy, que, desde 2021, facilita o embarque de petróleo da estatal venezuelana PDVSA. Documentos internos da PDVSA apontam a Hangzhou Energy como responsável por diversas cargas que utilizaram o Brasil como fachada. Essas operações permitem que o petróleo sancionado chegue a refinarias independentes na China, que compram o produto reclassificado a preços mais baixos, evitando burocracias.

Impacto das Sanções Americanas

Desde 2019, os Estados Unidos impõem sanções severas às exportações de petróleo venezuelano, como forma de pressionar o regime de Nicolás Maduro, acusado de violações de direitos humanos e fraudes eleitorais. Essas restrições dificultam a comercialização direta do petróleo venezuelano, forçando o país a recorrer a métodos clandestinos para manter suas exportações. A China, maior importadora mundial de petróleo, tornou-se o principal destino, recebendo, em 2024, uma média de 351 mil barris por dia, com picos de 463 mil barris diários em 2025. Mais de 90% dessas remessas entram no país sob bandeiras de outros países, como Malásia e, agora, Brasil.

Resposta Brasileira e Implicações Diplomáticas

Até o momento, o governo brasileiro, a Receita Federal e o Itamaraty não se pronunciaram publicamente sobre o caso. A ausência de uma resposta oficial levanta preocupações, já que o uso indevido do nome do Brasil em exportações ilegais pode gerar constrangimentos internacionais. A Petrobras, por sua vez, negou qualquer envolvimento, afirmando que suas exportações para a China consistem majoritariamente em petróleo leve do pré-sal, e não em betume.

A falta de investigações anunciadas pelo Brasil pode complicar suas relações comerciais e diplomáticas, especialmente com os Estados Unidos, que monitoram de perto as movimentações de petróleo venezuelano. Especialistas alertam que, sem medidas para conter o uso de sua identidade comercial, o Brasil corre o risco de ser associado a atividades ilícitas no mercado global de energia.

Contexto Global e Riscos

O esquema expõe a complexidade do mercado internacional de petróleo em tempos de sanções e tensões geopolíticas. A Venezuela, com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, depende fortemente das exportações para sustentar sua economia, apesar das restrições impostas. A China, por sua vez, mantém sua demanda por petróleo bruto, muitas vezes fechando os olhos para a origem do produto, desde que os preços sejam competitivos.

Para o Brasil, a situação é delicada. Além do risco de sanções secundárias por parte dos EUA, o país enfrenta o desafio de proteger sua reputação como exportador confiável de petróleo. A ausência de ações concretas para coibir o esquema pode minar a credibilidade do Brasil no mercado internacional, especialmente em um momento em que o país busca consolidar sua posição como um dos maiores produtores de petróleo da América Latina.

Conclusão

A investigação da Reuters e da Veja joga luz sobre uma operação sofisticada que explora brechas no sistema internacional de comércio e rastreamento marítimo. Enquanto a Venezuela encontra formas de contornar sanções, o Brasil, mesmo sem envolvimento direto, acaba sendo usado como peça nesse jogo bilionário. Cabe às autoridades brasileiras agir rapidamente para esclarecer os fatos, proteger os interesses nacionais e evitar que o país seja arrastado para um escândalo de proporções globais.

Fonte: Agência Reuters e Veja.

Da Redação.

Jornalista


Descubra mais sobre GRNOTICIAS

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Queremos ouvir você, deixe seu comentário, será um prazer respondê-lo.

Descubra mais sobre GRNOTICIAS

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading