21 de fevereiro de 2025

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A solicitação ocorre no contexto da missão oficial da CIDH ao Brasil, que acontece entre os dias 9 e 14 de fevereiro.

Com o objetivo de denunciar violação de liberdade de expressão o advogado Paulo Faria, responsável pela defesa do ex-deputado federal Daniel Silveira, protocolou um pedido para se reunir com Pedro Villareal, chefe da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A solicitação ocorre no contexto da missão oficial da CIDH ao Brasil, que acontece entre os dias 9 e 14 de fevereiro.

Durante a visita, representantes da comissão irão a São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, onde terão encontros com autoridades dos Três Poderes, membros do Ministério Público, organizações de direitos humanos, jornalistas, plataformas digitais e acadêmicos. Segundo o Itamaraty, a iniciativa partiu de um convite do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No documento enviado à CIDH, Paulo Faria alega que Daniel Silveira foi vítima de uma suposta violação à liberdade de expressão enquanto exercia o mandato parlamentar. Ele argumenta que a condenação de Silveira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) infringiu o artigo 53 da Constituição Federal, que garante imunidade parlamentar por opiniões, palavras e votos.

O advogado também solicitou que Villareal visite o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu 8, no Rio de Janeiro, onde Daniel Silveira está preso, para inspecionar as condições de sua detenção. Faria afirma que as ações contra o ex-deputado vêm sendo conduzidas desde 2019 pelo ministro Alexandre de Moraes, que teria, segundo ele, praticado atos de censura política e ideológica, violando o § 2º do artigo 220 da Constituição, que proíbe “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

A missão da CIDH busca avaliar a situação da liberdade de expressão no Brasil, incluindo temas como o combate à desinformação e os limites para discursos que possam incitar violência ou ameaçar instituições democráticas. A presença da comissão no país ocorre em meio a debates sobre o equilíbrio entre liberdade de opinião e a necessidade de preservar o Estado Democrático de Direito.

Daniel Silveira, que ganhou notoriedade por ataques a ministros do STF e declarações polêmicas, foi condenado por estimular discursos de ódio e ameaças às instituições. Sua prisão e a imposição de penas severas têm gerado debates sobre os limites da imunidade parlamentar e o papel do Judiciário na regulação de discursos.

O pedido do advogado Paulo Faria insere o caso de Silveira na pauta internacional, colocando pressão sobre o Estado brasileiro e abrindo caminho para um debate mais amplo sobre o tema. Até o momento, a CIDH não confirmou se atenderá à solicitação de reunião ou de inspeção na prisão do ex-deputado. Caso aceito, o caso poderá ser analisado sob uma perspectiva internacional de direitos humanos.

Fonte: Paulo Faria.

Da Redação.

Jornalista


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