Andropausa: 21,3 milhões de homens afetados no Brasil

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andropausa

Conheça os sintomas, prevenção e desafios da “menopausa masculina”

A andropausa, também conhecida como Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM), é uma condição fisiológica que afeta cerca de 25% dos homens acima de 40 anos em todo o mundo. No Brasil, estima-se que 21,3 milhões de homens convivam com essa condição, caracterizada pela queda gradual dos níveis de testosterona. Na região de Campinas, o número chega a 121.400 homens, enquanto na Região Metropolitana de São Paulo e em Porto Alegre os números estimados são de 2,165 milhões e 148.800, respectivamente. Apesar de sua prevalência, a andropausa ainda é pouco discutida, enfrentando tabus e falta de conscientização, o que contribui para a subdiagnóstico e o aumento de riscos à saúde.

O que é a andropausa?

Diferentemente da menopausa, que marca uma interrupção abrupta da produção hormonal nas mulheres, a andropausa é caracterizada por uma diminuição progressiva da testosterona nos homens, geralmente a partir dos 40 anos. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, essa redução hormonal pode levar a sintomas como fadiga crônica, irritabilidade, ganho de peso abdominal, queda na libido e até disfunção erétil. “A andropausa não é apenas uma questão de envelhecimento; é uma condição que impacta a qualidade de vida e a saúde mental”, explica George Mantese, médico de Família e Comunidade, doutorando em Educação e Saúde pela USP e especialista em longevidade.

Uma epidemia ignorada

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia apontam que 3 em cada 10 homens acima de 50 anos apresentam DAEM, mas menos de 20% recebem diagnóstico ou tratamento. “Estamos diante de uma epidemia ignorada. O tabu em torno da saúde masculina, aliado à falta de campanhas públicas, faz com que muitos homens sofram em silêncio”, alerta Mantese. Ele destaca que a baixa testosterona está associada a um risco três vezes maior de depressão, além de maior propensão a doenças cardiovasculares e perda de massa muscular.

Sintomas e impacto

Os sinais da andropausa podem ser sutis no início, o que dificulta o diagnóstico. Além dos sintomas mais conhecidos, como cansaço persistente e redução do desejo sexual, homens podem experimentar alterações de humor, dificuldade de concentração e até perda de motivação. “Muitos pacientes chegam ao consultório achando que estão apenas estressados ou envelhecendo, quando, na verdade, a testosterona baixa está por trás desses problemas”, observa o especialista. A falta de diagnóstico precoce pode agravar essas condições, impactando relacionamentos, produtividade no trabalho e bem-estar geral.

Prevenção e diagnóstico

A prevenção da andropausa começa com um estilo de vida saudável. Estudos da Universidade de Harvard indicam que uma dieta rica em zinco – encontrado em castanhas, carne magra e sementes – e a prática regular de exercícios físicos podem reduzir em até 30% o risco de DAEM precoce. “Atividades como musculação e exercícios aeróbicos ajudam a preservar os níveis de testosterona”, afirma Mantese. Ele também recomenda que homens com sintomas procurem um médico para realizar exames específicos, como a dosagem de testosterona total e livre, preferencialmente entre 7h e 10h, em jejum, para maior precisão.

Tratamento e cuidados

A terapia de reposição hormonal é uma opção para casos confirmados de DAEM, mas deve ser feita sob supervisão médica. “A automedicação é um risco crescente. Após a pandemia, a procura por testosterona sem prescrição aumentou 40%, o que pode levar a complicações graves, como problemas cardiovasculares”, alerta Mantese. Além disso, mudanças no estilo de vida, como controle do estresse, sono adequado e redução do consumo de álcool, são fundamentais para minimizar os impactos da andropausa.

Conscientização é a chave

A falta de diálogo sobre a andropausa perpetua o subdiagnóstico e o sofrimento de milhões de homens. “Precisamos normalizar conversas sobre saúde masculina, assim como já acontece com a menopausa no público feminino”, defende o especialista. Campanhas públicas e maior acesso a informações podem ajudar a desmistificar a condição e incentivar homens a buscar ajuda médica.

Números alarmantes no Brasil

Com cerca de 20% da população brasileira composta por homens acima de 40 anos, os números da andropausa impressionam:

  • Campinas: 121.400 homens afetados.
  • Região Metropolitana de São Paulo: 2,165 milhões.
  • Porto Alegre: 148.800.

Esses dados reforçam a necessidade de maior atenção à saúde masculina, especialmente em regiões urbanas, onde o estilo de vida acelerado pode agravar os sintomas. A andropausa não é apenas uma questão de envelhecimento, mas um chamado para que homens cuidem de sua saúde física e mental com a mesma seriedade que outras condições recebem.

Fonte: Comunicação Estratégica Campinas.

Da Redação.

Jornalista


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