Bolsonaro Intimado na UTI: Mundo Reage com Choque

Notificação em Hospital Gera Vergonha mundial e expoe STF
O jornal britânico The Times trouxe à tona, nesta quinta-feira (24), um episódio que chocou a comunidade internacional: a intimação formal do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto ele se recuperava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. A notificação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), refere-se ao processo em que Bolsonaro é acusado de conspirar para reverter o resultado das eleições de 2022, em um suposto plano que envolveu aliados militares e políticos. A matéria do The Times destaca a gravidade do momento, apontando a controvérsia de notificar um paciente em estado delicado, o que gerou debates éticos e jurídicos no Brasil e no exterior.
Bolsonaro, de 70 anos, foi internado em 12 de abril após sofrer fortes dores abdominais durante um evento no Rio Grande do Norte. Transferido para Brasília, ele passou por uma cirurgia de 12 horas no dia 13 de abril para tratar obstruções intestinais, resultado de complicações de uma facada sofrida em 2018. Desde então, permanece na UTI, sob cuidados intensivos. Segundo boletim médico divulgado pelo Hospital DF Star, o ex-presidente apresentou piora em exames hepáticos, elevação da pressão arterial e um declínio clínico após a intimação, o que agravou seu quadro. Ele está em jejum, com visitas restritas e sem previsão de alta.
A decisão do STF de autorizar a notificação na UTI foi baseada em uma live realizada por Bolsonaro com seus filhos, um dia antes, diretamente do hospital. O Supremo considerou que, se o ex-presidente estava apto para participar de transmissões ao vivo, também estaria em condições de ser notificado. Contudo, a ação gerou críticas. Para aliados de Bolsonaro, a medida foi “invasiva” e desrespeitou sua privacidade médica, além de violar princípios constitucionais de dignidade. “É inacreditável que o STF tenha permitido isso. Ele está lutando pela vida na UTI”, declarou o ex-presidente em mensagem a aliados, segundo o jornal Folha de S.Paulo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também questionou a legalidade da ação, argumentando que a notificação em um ambiente hospitalar restrito pode configurar abuso de autoridade.
A matéria do The Times detalha as acusações contra Bolsonaro, que incluem a suposta articulação de um golpe de Estado após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O plano, segundo a denúncia, envolveu a mobilização de apoiadores que invadiram prédios governamentais em Brasília, em janeiro de 2023, e a tentativa de convencer militares a apoiar a permanência de Bolsonaro no poder. Caso condenado, ele pode enfrentar até 12 anos de prisão por crime de golpe, com penas adicionais por outras acusações, totalizando décadas de reclusão. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível até 2030 por abuso de poder, embora ele tenha manifestado intenção de concorrer novamente em 2026.
O caso ganhou repercussão global não apenas pela gravidade das acusações, mas também pelo contexto da notificação. Jornais como The Guardian e Reuters também cobriram o episódio, destacando a polarização política no Brasil e o impacto da saúde de Bolsonaro no cenário eleitoral. Nas redes sociais, a hashtag #BolsonaroNaUTI viralizou, com apoiadores denunciando “perseguição política” e críticos do ex-presidente defendendo a ação do STF como necessária para garantir a justiça. “Quem está bem para fazer live está bem para responder à Justiça”, escreveu um usuário no X.
Enquanto Bolsonaro segue internado, o Brasil acompanha com apreensão os desdobramentos de sua saúde e do processo judicial. A comunidade internacional, por sua vez, observa o caso como um reflexo das tensões democráticas em uma das maiores nações da América Latina. O futuro político de Bolsonaro, outrora chamado de “Trump dos Trópicos”, permanece incerto, mas sua situação atual reforça o peso de suas ações e a complexidade do momento político brasileiro.
Fonte: Jornal Cidade Online, The Times, Folha de São Paulo, Reuters
Da Redação.
Jornalista
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