Brasil recorrerá à OMC contra tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) em resposta às tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio. A medida norte-americana, em vigor desde 12 de março, reacendeu tensões comerciais entre os dois países.
Contexto das tarifas norte-americanas
Em 12 de março de 2025, o governo dos EUA implementou uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, afetando diversos países, incluindo o Brasil. A justificativa apresentada pela administração norte-americana é a proteção da indústria siderúrgica doméstica e a preservação da segurança econômica nacional.
Posicionamento do governo brasileiro
Durante uma coletiva de imprensa em Tóquio, ao encerrar sua visita oficial ao Japão, o presidente Lula condenou a decisão dos EUA e confirmou que o Brasil buscará a OMC para contestar as tarifas. Além disso, Lula mencionou a possibilidade de aplicar medidas de reciprocidade, impondo tarifas sobre produtos importados dos EUA.
“Temos duas decisões a tomar: uma é recorrer à OMC, e nós vamos recorrer. A outra é sobretaxar os produtos americanos que importamos, colocando em prática a lei da reciprocidade”, afirmou o presidente.
Impacto nas exportações brasileiras
As tarifas impostas pelos EUA têm um impacto significativo nas exportações brasileiras. Em 2024, o Brasil exportou aproximadamente US$ 3,2 bilhões em aço e alumínio para o mercado norte-americano. A aplicação dessas tarifas compromete a competitividade dos produtos brasileiros e ameaça a estabilidade de um setor crucial para a economia nacional.
Reações e medidas anteriores
A decisão dos EUA surpreendeu a indústria siderúrgica brasileira. O Instituto Aço Brasil, principal entidade representativa do setor, expressou preocupação, afirmando que a medida não beneficia nenhum dos países envolvidos. A entidade destacou que acordos anteriores entre Brasil e EUA eram favoráveis e anunciou a intenção de buscar negociações para restaurar os termos comerciais anteriores.
Histórico de disputas comerciais
Essa não é a primeira vez que os EUA impõem tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros. Em março de 2018, o governo norte-americano anunciou tarifas semelhantes, mas posteriormente concedeu isenções a alguns países, incluindo o Brasil. No entanto, em dezembro de 2019, novas ameaças de tarifas foram feitas, embora não tenham sido implementadas na época.
Próximos passos e possíveis desdobramentos
O governo brasileiro agora se prepara para formalizar a reclamação junto à OMC, processo que pode ser prolongado e complexo. Enquanto isso, a possibilidade de retaliação por meio da aplicação de tarifas sobre produtos norte-americanos permanece em consideração. Especialistas alertam que tais medidas podem intensificar as tensões comerciais e resultar em uma guerra comercial prejudicial para ambas as economias.
Conclusão
A decisão dos EUA de impor tarifas sobre o aço e alumínio brasileiros representa um desafio significativo para as relações comerciais entre os dois países. A resposta do governo brasileiro, buscando a OMC e considerando medidas de reciprocidade, sinaliza uma postura firme na defesa dos interesses nacionais. O desenrolar dessa disputa será crucial para determinar o futuro do comércio bilateral e a estabilidade do setor siderúrgico brasileiro.
Da Redação.
Jornalista
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