Campinas fecha pacto com China para mega Parque Farmacêutico

YI FAN e Prefeitura iniciam Pharma Park no CIW
A cidade de Campinas viveu nesta quinta-feira uma das páginas mais relevantes de sua história recente. Durante o Campinas Innovation Week, realizado no emblemático Prédio do Relógio, sede do complexo ferroviário, foi assinada a Carta de Intenções de Cooperação entre a Prefeitura e a companhia chinesa YI FAN Global Limited. O ato marca o início de uma articulação estratégica para implantar o Parque de Inovação Farmacêutica da América Latina – o Pharma Park. O projeto, ainda em estágio inicial, surge como peça fundamental para consolidar Campinas como um polo nacional de biotecnologia, inovação em saúde e desenvolvimento industrial sustentável.
O Pharma Park, também denominado Farmpark Brasil‑China, será implantado no HIDS (Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável), área de aproximadamente 18 milhões de m² na região que congrega centros de pesquisa de referência, como a Unicamp, o acelerador de partículas Sirius e o futuro Laboratório de Biossegurança Orion, do Governo Federal. Trata‑se de um modelo de parque de quarta geração, inspirado no HITS – Hub Integrado de Tecnologia e Sustentabilidade, adotado com sucesso na China. A ideia é criar um “bairro inteligente” que integre pesquisa científica, moradia, comércio, entretenimento e produção industrial, dentro de um mesmo ecossistema urbano altamente sustentável.
O projeto ambiciona abrigar até 50 empresas do setor farmacêutico e de biotecnologia já na primeira etapa e prevê a geração de mais de 3 mil empregos diretos, com potencial para chegar a 10 mil postos de trabalho conforme seu amadurecimento e expansão. O investimento inicial estimado está em US$ 300 milhões, com cronograma previsto: obras iniciariam imediatamente e a entrega de infraestrutura ocorreria em até dois anos. No primeiro ano e meio, já se espera contar com empresas instaladas no parque.
No ato de assinatura, o prefeito Dário Saadi declarou: “Essa assinatura marca o início de um processo institucional e político para viabilizar um projeto de impacto global. É um momento histórico para Campinas e estratégico para o Brasil”. Destacando a pujança inovadora da região, Marcelo Strama, diretor do Ministério do Empreendedorismo, Micro e Pequena Empresa, frisou que Campinas é conhecida nacionalmente como porta de entrada para investimentos internacionais, em razão de sua vocação tecnológica.
Representando o parceiro estrangeiro, o presidente da YI FAN, Gao Jiaren, explicou que o modelo proposto vai além da concepção tradicional de parque industrial. “Queremos um ecossistema onde as pessoas possam viver, trabalhar e inovar em um só lugar. Campinas tem a infraestrutura e o capital intelectual necessário”, afirmou Gao, lembrando-se de um complexo similar da empresa na China que abriga mais de mil companhias. O executivo reforçou que o aporte é visto como um investimento de longo prazo, com intenção clara de permanecer e consolidar a presença da empresa no Brasil.
A Prefeitura anunciou que fomentará todo o incentivo fiscal necessário. Campinas já dispõe de legislação que prevê isenção de IPTU, ISS e ITBI para grandes empreendimentos. No caso do Pharma Park, está em elaboração uma lei específica para instituir oficialmente um novo Distrito de Inovação, desenhado sob medida para esse tipo de empreendimento. O escalonamento permitido chega a sete pavimentos, garantindo ampla possibilidade construtiva para abrigar pesquisa, moradia e comércio no mesmo local.
Adriana Flosi, secretária de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Campinas, salientou que a cidade chamou atenção de investidores graças à combinação de esforços do poder público, universidades — Unicamp e PUC‑Campinas — e instituições de pesquisa. Ela recordou o trabalho conjunto para criar o HIDS e a legislação-apoiada para tornar a área apta a receber um distrito inovador. “Todas essas tratativas chamaram a atenção e abriram caminho para receber um empreendimento como esse. Esta é a concretização que sempre desejamos”, afirmou Flosi, reforçando que o objetivo primordial da iniciativa é atrair empresas, investimentos e gerar empregos para o futuro da região.
O projeto também conta com o apoio institucional da Fundação Fórum Campinas Inovadora e do Parque Tecnológico de Campinas, além das universidades públicas e privadas. O professor Li Li Min, da Unicamp, comentou que o modelo HIDS é exclusivo na América Latina por integrar ciência, comércio, sustentabilidade e vida urbana em um só lugar. O Farmpark será um motor decisivo para atrair inovação internacional ao território campineiro.
Para aprofundar esse diálogo, a comitiva chinesa visitará até o final da semana centros como CNPEM, Unicamp, PUC‑Campinas e a Inova Unicamp, conhecendo infraestrutura e possíveis áreas de instalação. Também será explorado o potencial de parcerias tecnológicas e científicas entre empresas chinesas e os ecossistemas já ativos em Campinas.
Na visão de Eduardo Gurgel do Amaral, presidente do Fórum Campinas de Inovação e Sustentabilidade, a cooperação internacional pode consolidar Campinas como um ponto estratégico da expansão brasileira do negócio farmacêutico e tecnológico chinês. “Estamos muito honrados em receber esta comitiva. A ideia é compartilhar conhecimento, começando pela área farmacêutica e se expandindo para outros setores tecnológicos, construindo juntos esse ecossistema de inovação.”
O Farmpark representa um avanço decisivo. Ele propõe responder aos desafios contemporâneos de saúde global, integrando pesquisa de ponta, produção inteligente e qualidade de vida no mesmo ambiente. Com viés de cooperação entre Brasil e China, o projeto projeta Campinas para o raio dos grandes centros globais de tecnologia e saúde, oferecendo soluções sustentáveis para os futuros desafios da população mundial.
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Fonte: Governo de Campinas.
Da Redação.
Jornalista
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