Careca do INSS: Escândalo Bilionário no governo Lula

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Propina e desvios de R$ 6,3 bi expõem cúpula do órgão

Em uma operação que abalou as estruturas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a Polícia Federal (PF) identificou Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, como peça central em um esquema de propinas que facilitou fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas. A Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2025, revelou descontos irregulares que podem alcançar R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, expondo a cúpula do órgão nomeada no governo Lula a acusações de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O Papel do “Careca do INSS”

Antonio Carlos Antunes atuava como lobista, intermediando acordos entre entidades associativas e o INSS. Segundo a PF, ele recebia uma comissão de 27,5% sobre cada valor descontado irregularmente dos benefícios de aposentados, valores que eram cobrados sem autorização dos beneficiários. Essas entidades, que se apresentavam como defensoras dos aposentados, ofereciam serviços fictícios, como consultoria jurídica e descontos em academias, sem estrutura operacional para tal. A investigação aponta que Antunes realizou diversos pagamentos de propina a altos dirigentes do INSS, incluindo o ex-diretor de Benefícios André Fidelis, o ex-diretor de Integridade Alexandre Guimarães e o ex-procurador-geral Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho.

A PF detalha que Antunes captava filiados para essas associações e pressionava o INSS para manter os acordos que permitiam os descontos. Um dos casos mais graves envolveu o repasse de R$ 12 milhões de uma entidade investigada e de um empresário ligado a ela, evidenciando a escala do esquema. A operação resultou na apreensão de carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro em espécie, além de seis prisões temporárias e 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal.

A Queda da Cúpula do INSS

O escândalo atingiu diretamente a alta gestão do INSS. Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral do órgão, é acusado de receber R$ 11,9 milhões de empresas ligadas às entidades investigadas. Parte desses valores foi movimentada por meio de sua esposa, Thaisa Hoffmann Jonasson, levantando suspeitas sobre possíveis conexões com a deputada Gleisi Hoffmann, embora não haja confirmação de parentesco. Virgílio foi afastado judicialmente em 23 de abril e posteriormente exonerado pela Advocacia-Geral da União (AGU). Além dele, outros cinco servidores, incluindo o então presidente Alessandro Stefanutto, foram afastados, com Stefanutto sendo demitido horas depois por pressão do Palácio do Planalto.

A investigação, iniciada em 2023 pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou que 97% de uma amostra de 1.273 aposentados entrevistados nunca autorizaram os descontos em seus benefícios. O esquema, que se intensificou a partir de 2019, durante o governo Bolsonaro, atingiu seu auge em 2022, após uma normativa que facilitou os descontos associativos. A CGU já havia alertado a presidência do INSS sobre as irregularidades em 2024, mas a falta de providências levantou suspeitas de conivência.

Medidas e Repercussão

O governo federal anunciou a suspensão de todos os descontos associativos e a criação de uma força-tarefa para restituir os valores desviados, com reembolsos previstos para maio e junho de 2025. Aposentados lesados podem solicitar a exclusão de débitos indevidos pelo aplicativo Meu INSS ou pela Central 135. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou o esquema como uma “fraude contra aposentados”, destacando a vulnerabilidade das vítimas.

O escândalo pressiona o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que resistiu inicialmente à demissão de Stefanutto, gerando desgaste no governo. A operação expõe fragilidades nos controles do INSS e reacende o debate sobre a corrupção sistêmica no Brasil, com comparações a escândalos históricos como o Mensalão e a Lava Jato. Enquanto as investigações avançam, a sociedade cobra transparência e punição exemplar para os envolvidos.

Fonte: CNN Brasil, G1, BBC News Brasil, Estadão.

Da Redação.

Jornalista


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