Conmebol destitui Ednaldo Rodrigues do Conselho da Fifa

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Ednaldo Rodrigues (centro) cumprimenta Santiago Peña, presidente do Paraguai, e Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, no jantar realizado na véspera de sua derrocada - Divulgação / Conmebol

Brasil perde vaga no Conselho da Fifa após ausência em reunião

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) tomou uma decisão drástica ao retirar Ednaldo Rodrigues, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), de sua vaga no prestigiado Conselho da Fifa. A medida, anunciada após uma reunião virtual realizada na segunda-feira (19), foi motivada pela ausência de representantes brasileiros no encontro, deixando o Brasil, maior potência futebolística do continente, sem assento na instância máxima do futebol mundial. No lugar de Rodrigues, a Conmebol nomeou interinamente Claudio Tapia, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), para ocupar uma das cinco vagas reservadas à América do Sul no Conselho.

Contexto da destituição

A saída de Ednaldo Rodrigues do comando da CBF, decidida pelo desembargador Gabriel Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), na quinta-feira (15), foi o estopim para a perda da vaga. A decisão judicial apontou a suposta falsificação da assinatura do vice-presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes, em um acordo que mantinha Rodrigues no poder. Essa controvérsia, somada à ausência de Fernando Sarney, presidente interino da CBF, ou de qualquer representante brasileiro na reunião da Conmebol, resultou na exclusão do Brasil do Conselho da Fifa, um fato inédito e surpreendente, considerando a relevância do país no cenário futebolístico global.

O Conselho da Fifa, composto por representantes de todas as confederações continentais, é responsável por decisões estratégicas do esporte, como a escolha de sedes de Copas do Mundo e alterações em regulamentos. Além de Tapia, as outras vagas sul-americanas são ocupadas por Alejandro Domínguez (presidente da Conmebol), Ignacio Alonso (Uruguai), Ramón Jesurún (Colômbia) e Maria Sol Muñoz (Equador). A ausência do Brasil, que historicamente teve figuras como Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e Fernando Sarney no Conselho, é um revés significativo para o prestígio do futebol brasileiro.

A trajetória de Ednaldo Rodrigues

Até poucos dias antes de sua destituição, Ednaldo Rodrigues desfrutava de um momento de destaque. No dia 8 de maio, participou de uma reunião do Conselho da Fifa, registrando o evento no site da CBF com fotos ao lado de cartolas internacionais. Na quarta-feira (14), esteve presente em um jantar de gala no Palácio de los López, em Assunção, durante o 75º Congresso da Fifa, posando com figuras como o presidente paraguaio Santiago Peña e Alejandro Domínguez. Rodrigues também estava escalado para representar a Fifa em um evento da ONU sobre racismo, na terça-feira (20), mas a destituição abrupta interrompeu seus planos.

A intervenção de Fernando Sarney

Com a saída de Ednaldo, Fernando Sarney, ex-representante brasileiro no Conselho da Fifa (2016-2023), foi nomeado interventor da CBF. Sarney, que já estava na sede da entidade no Rio de Janeiro horas após a decisão judicial, anunciou uma nova eleição para a presidência da CBF, marcada para o domingo (25). O edital, publicado no sábado (17), abriu prazo para inscrição de chapas até a terça-feira (20). Um manifesto assinado por 19 presidentes de federações estaduais lançou Samir Xaud, presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol, como candidato de consenso. Apesar de uma tentativa de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, de concorrer com apoio de clubes das Séries A e B, a falta de respaldo das federações estaduais inviabilizou sua candidatura.

Impactos e perspectivas

A exclusão do Brasil do Conselho da Fifa levanta questionamentos sobre a gestão do futebol brasileiro em um momento de instabilidade. A CBF, que enfrenta crises recorrentes, agora precisa lidar com a perda de influência internacional e a urgência de reorganizar sua liderança. A ascensão de Claudio Tapia, um dirigente experiente e aliado de Alejandro Domínguez, reforça a influência argentina na governança do futebol sul-americano. Enquanto isso, o Brasil, que já teve cartolas banidos por corrupção, como Teixeira e Del Nero, enfrenta o desafio de recuperar sua posição de destaque.

A eleição de domingo (25) será crucial para definir os rumos da CBF. Samir Xaud, caso confirmado, terá a missão de estabilizar a entidade e recuperar a representatividade brasileira no cenário global. A ausência de um assento no Conselho da Fifa é um lembrete do impacto que crises internas podem ter no prestígio internacional do futebol brasileiro, que segue sendo o maior vencedor de Copas do Mundo, mas agora enfrenta um momento de fragilidade administrativa.

Da Redação.

Jornalista


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