Conta de luz pode subir até 13% em 2025; entenda o impacto

Aumento médio será de 4,67%, mas varia por região e distribuidora
Os brasileiros terão que se preparar para um novo aumento na conta de luz em 2025. Segundo estimativas do setor elétrico, o reajuste médio será de 4,67%, mas algumas regiões podem enfrentar altas de até 13%, enquanto outras terão reduções de até 3%. O cenário reflete as disparidades entre distribuidoras e o perfil de consumo em cada localidade.
O principal responsável pelo aumento é a Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), que representa a maior fatia da conta de energia. Quase 90% do reajuste previsto vem desse componente, influenciado por dois fatores principais: a expansão da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e os custos operacionais das distribuidoras, conhecidos como “Fio B”.
CDE: subsídios que pesam no bolso do consumidor
A CDE, criada para financiar políticas públicas e subsídios no setor elétrico, terá um aumento de 23% em 2025. Um dos programas que mais contribuem para essa alta é o Luz para Todos, que terá um orçamento de R$ 4,3 bilhões no próximo ano – um salto de 72% em relação a 2024.
A iniciativa, ampliada pelo governo federal, visa levar energia elétrica a comunidades remotas e populações de baixa renda. Embora seja um avanço social, o financiamento é feito por meio das tarifas pagas por todos os consumidores, incluindo residências e empresas. Isso significa que, mesmo quem já tem acesso à energia, arca com parte dos custos da expansão.
Fio B: inflação e investimentos pressionam tarifas
Outro componente que elevará a conta de luz é o “Fio B” da TUSD, que cobre despesas operacionais, manutenção e investimentos das distribuidoras. A previsão é de um reajuste de 7,26%, puxado pela inflação acumulada e pelos gastos necessários para modernizar a infraestrutura do setor.
Com as redes de distribuição envelhecidas em muitas regiões, as concessionárias precisam investir em melhorias para evitar falhas e garantir o fornecimento. Esses custos, no entanto, acabam repassados ao consumidor final.
Compra de energia no mercado regulado também sobe
Além da TUSD, a compra de energia no mercado regulado terá um aumento médio de 12,51% em 2025. Esse valor, porém, será parcialmente compensado por dois fatores:
- Créditos tributários de PIS/Cofins – que reduzem parte da carga fiscal sobre a tarifa.
- Fim de encargos extraordinários – criados durante a pandemia e a crise hídrica, que deixarão de incidir sobre a conta.
Apesar desses alívios pontuais, o cenário geral indica uma conta de luz mais cara e inflada por subsídios.
Impacto regional: onde a conta mais vai subir?
Enquanto a média nacional ficará em 4,67%, os reajustes variam conforme a distribuidora e a região. Estados com maior dependência de termelétricas ou com infraestrutura mais defasada tendem a ter aumentos acima da média.
Algumas localidades podem ver a conta subir até 13%, especialmente onde há maior necessidade de investimentos em rede ou onde programas sociais são mais demandados. Em contrapartida, áreas com melhores condições operacionais ou que receberam investimentos recentes podem ter reduções de até 3%.
O que esperar para os próximos anos?
Especialistas alertam que a tendência é de pressão contínua sobre as tarifas, devido a:
- Crescente custo de subsídios (como CDE e Luz para Todos).
- Necessidade de modernização da rede (com investimentos repassados ao consumidor).
- Instabilidade climática, que pode exigir acionamento de termelétricas mais caras em crises hídricas.
Para o consumidor, a recomendação é ficar atento ao consumo e buscar alternativas como energia solar ou planos tarifários diferenciados, quando disponíveis.
Enquanto isso, o debate sobre como equilibrar expansão energética e tarifas justas segue acalorado no Congresso e no setor elétrico.
Da Redação.
Jornalista
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