CPI Aberta para Investigar Crise no Transporte Público

Paralisação e denúncias motivam comissão em Santa Bárbara d’Oeste
A Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste deu um passo decisivo para esclarecer as recentes turbulências no transporte público municipal. Na quarta-feira, 16 de abril de 2025, foi oficialmente instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de apurar possíveis irregularidades na gestão, operação e fiscalização do sistema de transporte coletivo da cidade. A iniciativa, formalizada pelo requerimento 214/2025, de autoria do vereador Felipe Corá e apoiada por outros oito parlamentares, reflete a gravidade da crise que impactou milhares de cidadãos nos últimos dias.
A criação da CPI foi motivada por uma paralisação dos funcionários da Nova Via Transportes, concessionária responsável pelo transporte público municipal. A interrupção do serviço, que durou alguns dias, gerou transtornos significativos para a população barbarense, especialmente para trabalhadores e estudantes que dependem do transporte coletivo. Os funcionários da empresa alegaram atrasos no pagamento de salários, enquanto a Nova Via justificou a crise apontando um desequilíbrio econômico-financeiro no contrato. Segundo a concessionária, a tarifa pública, congelada em R$ 4,85 desde 2021, não acompanha os custos operacionais, que já ultrapassariam R$ 10,75 por passagem.
Por outro lado, a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste rebateu as alegações da empresa, afirmando que os repasses financeiros à Nova Via estão rigorosamente em dia. A administração municipal também argumentou que o pedido de reajuste tarifário não é viável diante do contexto socioeconômico da cidade, marcado por desafios como inflação e desemprego. Essa divergência de informações e a falta de consenso entre as partes envolvidas acenderam o alerta entre os vereadores, que decidiram pela abertura da CPI para investigar a fundo os fatos.
A comissão, que será composta por cinco vereadores — incluindo um presidente, um relator e três membros —, terá um prazo inicial de 90 dias para conduzir os trabalhos, com possibilidade de prorrogação, conforme estipula o Regimento Interno da Câmara. O grupo terá a missão de analisar não apenas os atrasos salariais, mas também os impactos sociais da paralisação, a atuação do Poder Público durante a crise, a legalidade dos repasses financeiros e o cumprimento das obrigações contratuais por parte da concessionária e da Prefeitura.
Entre os pontos a serem investigados, destaca-se a questão da defasagem tarifária. A Nova Via argumenta que o congelamento da tarifa, mantido há quatro anos, inviabiliza a operação do serviço. Já a Prefeitura defende que qualquer reajuste deve ser cuidadosamente avaliado para não onerar ainda mais a população. A CPI também pretende apurar se houve falhas na fiscalização do contrato por parte do município e se a concessionária cumpriu adequadamente suas obrigações, como a manutenção da frota e a garantia de um serviço de qualidade.
Além de esclarecer os fatos, a CPI poderá propor medidas corretivas, como ajustes na gestão do transporte público, e até recomendar ações jurídicas, caso sejam constatadas irregularidades. A expectativa é que os trabalhos da comissão tragam transparência à situação e contribuam para a regularização do serviço, que é essencial para a mobilidade urbana e a qualidade de vida dos barbarenses.
A CPI do Transporte Público conta com o apoio de um grupo expressivo de vereadores, além do autor Felipe Corá. Assinaram o requerimento os parlamentares Arnaldo Alves, Carlos Fontes, Celso Ávila, Esther Moraes, Isac Sorrillo, Paulo Monaro, Tikinho Tk e Wilson da Engenharia. A ampla adesão reflete a relevância do tema e a pressão popular por respostas.
A população de Santa Bárbara d’Oeste agora acompanha com atenção os desdobramentos da CPI, na esperança de que a investigação resulte em melhorias concretas no transporte público. A crise recente expôs fragilidades no sistema e reforçou a necessidade de uma gestão mais eficiente e transparente. Enquanto a comissão inicia seus trabalhos, a cidade aguarda soluções que garantam um serviço confiável e acessível para todos.
Da Redação.
Jornalista
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