Desaprovação de Lula Atinge 53,7% e Sinaliza Desafios para 2026

Pesquisa Atlas/Bloomberg Revela Rejeição Recorde e Risco Eleitoral
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um momento de crescente pressão política, com a desaprovação ao seu governo atingindo 53,7%, o maior índice desde o início de seu terceiro mandato, em janeiro de 2023. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (30 de maio de 2025) pela pesquisa AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, indicam um salto de 3,6 pontos percentuais em relação ao levantamento de abril, quando a reprovação era de 50,1%. A aprovação, por sua vez, sofreu leve recuo, passando de 46,1% para 45,4%, enquanto 0,7% dos entrevistados não souberam opinar. Realizada entre 19 e 23 de maio de 2025, a pesquisa ouviu 4.399 eleitores por meio da metodologia Atlas RDR (recrutamento digital aleatório), com margem de erro de 1 ponto percentual e intervalo de confiança de 95%.
Aumento da Rejeição e Contexto Desafiador
O crescimento da desaprovação reflete um cenário de desafios múltiplos para o governo Lula. Entre os fatores que pesam contra a gestão estão as dificuldades fiscais, com o governo enfrentando críticas pela percepção de descontrole nos gastos públicos e pela pressão de uma carga tributária vista como elevada por 65% dos entrevistados, segundo o levantamento. Além disso, ruídos na articulação política com o Congresso têm gerado atritos, dificultando a aprovação de medidas prioritárias. A estagnação econômica também contribui para o desgaste, com a inflação e os preços altos sendo citados como preocupação por 75% dos participantes, consolidando a economia como o terceiro maior problema do país, atrás de criminalidade (58%) e corrupção (59,5%).
A crise recente envolvendo fraudes no INSS, com descontos ilegais em aposentadorias e pensões, amplificou a percepção negativa. Embora investigações apontem que o problema é anterior ao atual governo, o aumento exponencial dos valores desviados e o enriquecimento ilícito de associações ligadas a sindicatos, incluindo um com envolvimento do irmão de Lula, Frei Chico, alimentaram o descontentamento. A corrupção, que saltou de 47% para 59,5% nas menções como principal problema do Brasil entre abril e maio, tornou-se um ponto crítico para a imagem do governo.
Avaliação do Governo e Percepção por Grupos
A avaliação geral do governo também piorou. Segundo a pesquisa, 52,1% dos entrevistados classificam a gestão como ruim ou péssima, um aumento em relação aos 47,7% registrados em abril. A proporção dos que consideram o governo ótimo ou bom subiu ligeiramente, de 40,2% para 41,9%, enquanto 6% o avaliam como regular. A rejeição é especialmente alta entre certos grupos: evangélicos (72% desaprovam), pessoas com ensino médio (63,8%), indivíduos com renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil (60,9%) e a faixa etária de 35 a 44 anos (69,8%). No Nordeste, tradicional reduto do PT, a aprovação ainda é positiva, com 52,9% de apoio contra 47,4% de desaprovação, mas o cenário nacional indica uma erosão gradual da base de apoio.
Cenários Eleitorais para 2026
Um dos pontos mais alarmantes para o governo é o desempenho de Lula em simulações para as eleições de 2026. Em um eventual segundo turno, o presidente perderia para os principais nomes da direita. Contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030, Lula teria 45,5% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro alcançaria 47,5%. Em um confronto com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, potencial candidata do PL, o petista marcaria 45,3% contra 49,8% da adversária. Já contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o placar seria de 45,1% para Lula e 48,9% para o paulista. Esses resultados, dentro da margem de erro, sugerem um empate técnico, mas indicam uma vantagem numérica para os oponentes, acendendo um alerta para o PT.
Expectativas Econômicas e Medidas Polêmicas
As expectativas econômicas dos brasileiros também refletem pessimismo. Sobre a situação do Brasil nos próximos seis meses, 42% acreditam que vai melhorar, 17% acham que permanecerá igual e 41% preveem piora. Na esfera pessoal, 44% esperam melhora na situação da família, 20% veem estabilidade e 36% antecipam piora. Medidas do governo, como a taxação de compras internacionais de até US$ 50, foram rejeitadas por 64% dos entrevistados, enquanto a gratuidade de medicamentos no programa Farmácia Popular foi vista como acerto por 86%. A tentativa de fiscalizar transações via Pix acima de R$ 5 mil e a criação de cotas de emprego para detentos em regime semiaberto ou ex-detentos também enfrentam alta desaprovação, com 58% e 51% de rejeição, respectivamente.
Implicações para o Futuro
O quadro atual coloca o governo Lula em alerta para os próximos anos. Apesar de medidas bem avaliadas, como a Farmácia Popular e a isenção de Imposto de Renda para rendas abaixo de R$ 5 mil (aprovada por 71%), o aumento da rejeição e a percepção negativa sobre a economia e a corrupção podem comprometer as chances de reeleição em 2026. A polarização política segue intensa, e a vantagem numérica de nomes da direita em cenários de segundo turno reforça a necessidade de ajustes na estratégia do governo para reconquistar a confiança do eleitorado.
O que você acha do desempenho do governo Lula? Acha que os desafios econômicos e políticos vão impactar as eleições de 2026? Deixe sua opinião nos comentários, compartilhe esta matéria e participe do debate sobre o futuro do Brasil!
Fonte: Hora Brasilia.
Da Redação.
Jornalista
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