agosto 6, 2024 | by Ronaldo dos Reis

Além das tumbas, os arqueólogos encontraram um tesouro de artefatos de ouro, moedas e cerâmica. Segundo o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, os artefatos são essenciais para desvendar os segredos da antiga civilização egípcia.
Entre os achados, destacam-se amuletos funerários e estátuas ushabti, datadas da 26ª Dinastia do Período Tardio (664 a 525 a.C.). A escavação também revelou 38 moedas de bronze da era ptolomaica. Essas moedas estavam guardadas em um vaso de cerâmica, reforçando a importância econômica do local na antiguidade.

A necrópole de Tal al-Deir, onde a escavação está acontecendo, é um cemitério elaborado de uma cidade antiga. Este sítio arqueológico foi especialmente ativo durante a 26ª Dinastia, mas continuou sendo usado durante a era romana e bizantina. Essas descobertas ajudam a entender melhor as práticas funerárias e a estratificação social da época.
De acordo com Salima Ikram, professora de egiptologia da Universidade Americana do Cairo, os objetos descobertos, particularmente os amuletos de ouro, indicam que a necrópole abrigava uma população de alto status social. Além disso, esses artefatos oferecem uma visão abrangente sobre as práticas religiosas e sociais do Período Tardio egípcio.
Segundo Kotb Fawzy, um funcionário do Ministério do Turismo e Antiguidades, a escavação revelou uma tumba de uma pessoa de alto status social. Esta tumba continha figuras de papel-alumínio de ouro que representavam símbolos religiosos e ídolos antigos do Egito. Os amuletos funerários eram encantos utilizados para proteger os mortos e, combinaram-se com as figuras ushabti para auxiliar os falecidos na vida após a morte.
A missão de escavação e exploração da necrópole em Damietta está em andamento há anos. Em 2019, o ministério anunciou a descoberta de sete moedas de ouro datadas do período bizantino do Egito (284 a 641 d.C.). Mais recentemente, uma descoberta em 2022 revelou 20 tumbas, contendo figuras de divindades egípcias como Bastet e Hórus.
Um dos aspectos mais interessantes dessa escavação é a diversidade nas técnicas funerárias documentadas. Segundo Lorelei Corcoran, professora de história da arte e diretora do Instituto de Arte Egípcia e Arqueologia da Universidade de Memphis, os enterros variam desde simples fossos até estruturas de tijolos de barro e calcário para os mais ricos.
Essas descobertas são fundamentais para ampliar nosso entendimento sobre a sociedade egípcia antiga. Os artefatos demonstram uma clara divisão de riqueza e status, proporcionando um vislumbre das práticas e crenças religiosas e sociais da época.
Os arqueólogos continuam trabalhando no local de Tal al-Deir, e a expectativa é que novas descobertas possam ainda mais iluminar os costumes e a vida cotidiana do antigo Egito. Com o avanço das escavações, há esperança de encontrar mais evidências que possam esclarecer como os egípcios antigos viviam, adoravam e se preparavam para a vida após a morte.
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