Dpto de Estado dos EUA Reestrutura Diplomacia

Reforma visa agilidade em tempos de competição global
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou, uma reestruturação organizacional de grande escala, descrita como a mais significativa em décadas. A iniciativa, liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio, busca desmantelar camadas de burocracia que, segundo autoridades, têm sufocado a capacidade do departamento de responder rapidamente aos desafios geopolíticos do século 21. A proposta, já enviada ao Congresso, inclui o fechamento de 132 escritórios — uma redução de 17% — e a eliminação de 700 cargos, com o objetivo de devolver agilidade e relevância à diplomacia americana.
“Nosso departamento, em sua forma atual, é inchado, burocrático e incapaz de cumprir sua missão essencial em uma era de intensa competição entre grandes potências”, afirmou Rubio em coletiva de imprensa. Ele destacou que a reorganização visa reposicionar o Departamento de Estado como um órgão ágil, centrado em seus escritórios regionais e missões estrangeiras, em vez de depender de uma estrutura centralizada em Washington. “Queremos voltar às raízes tradicionais do departamento, onde a primazia está nos escritórios regionais e em nossas embaixadas e consulados pelo mundo”, complementou um alto funcionário do departamento.
A reestruturação enfrenta críticas devido ao fechamento de escritórios focados em direitos humanos, democracia e combate ao extremismo. Segundo o funcionário, essas questões continuarão a ser tratadas, mas dentro de uma abordagem mais ampla de relações bilaterais. “Não podemos reduzir nossa relação com um país a uma única questão. Cada relacionamento envolve múltiplas prioridades, e nossa nova estrutura reflete isso”, explicou. Ele minimizou preocupações sobre a perda de influência americana, argumentando que a descentralização fortalecerá a capacidade de resposta local.
O plano também transfere funções da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para embaixadas e consulados, alinhando a entrega de ajuda às prioridades do governo. Relatórios não confirmados sugerem cortes orçamentários de até 50%, mas o Departamento de Estado não comentou essas especulações. Além disso, funções de enviados especiais, como o do Irã, podem ser realocadas para um novo Corpo do Oriente Médio, enquanto o combate ao antissemitismo seria integrado a um coordenador global de assuntos judaicos.
A burocracia acumulada é um ponto central da crítica interna. O funcionário apresentou aos jornalistas organogramas das últimas décadas, apontando como cada administração adicionou camadas de escritórios e prioridades, criando uma estrutura “inchada e constipada”. “Isso teve um efeito prejudicial na condução da política externa americana e na relevância do departamento”, afirmou. Ele citou como exemplo a demora de semanas para aprovar um simples artigo de opinião de um embaixador, contrastando com a agilidade do Conselho de Segurança Nacional, que implementa diretamente as prioridades presidenciais.
A proposta dá aos subsecretários regionais 30 dias para planejar a implementação dos cortes, com a garantia de que a eliminação de cargos não resultará necessariamente em demissões. “Estamos capacitando nossas equipes no terreno para tomar decisões que reflitam as realidades locais”, disse o funcionário. Ele enfatizou a presença global do departamento como um diferencial, permitindo que diplomatas interajam diretamente com líderes estrangeiros e informem a política americana com base em relatórios de campo.
A reorganização ocorre em um momento de intensas tensões globais, com os EUA enfrentando desafios de potências como China e Rússia. A administração Trump, segundo o funcionário, busca um Departamento de Estado que possa responder rapidamente a esses desafios, sem ser prejudicado por processos internos lentos. “No mundo moderno, onde tudo muda rapidamente, não podemos nos dar ao luxo de ficar para trás”, concluiu.
A proposta agora aguarda análise do Congresso, onde deve enfrentar debates acalorados, especialmente sobre os cortes em áreas sensíveis como direitos humanos. Enquanto isso, o Departamento de Estado promete maior transparência sobre os próximos passos, embora ainda não tenha divulgado a lista completa de escritórios a serem fechados.
Fonte: JNS (Jewish News Syndicate)
Da Redação.
Jornalista
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