Encontro em Campinas Une Cidades por Centros Vibrantes

Debates apontam caminhos para revitalizar áreas centrais
O II Encontro Brasileiro de Urbanismo em Áreas Centrais, realizado em Campinas, encerrou-se como um marco na busca por centros urbanos mais vivos, inclusivos e sustentáveis. Durante três dias, representantes de diversas cidades brasileiras compartilharam experiências, desafios e soluções para a requalificação de áreas centrais, destacando a importância da integração entre setores público e privado, participação comunitária e continuidade das políticas públicas. O evento, consolidado como referência nacional, trouxe à tona problemas comuns e estratégias inovadoras para transformar centros históricos em polos de cultura, moradia e economia.
Painel 5: Rio e Santos Inspiram com Projetos de Revitalização
O último dia do encontro começou com o Painel 5, que apresentou os casos do Rio de Janeiro e Santos. Wanderson Correa, subsecretário de Planejamento Urbano do Rio, detalhou o Reviver Centro, programa que busca reocupar o centro carioca com moradia, cultura e empreendedorismo. A iniciativa, iniciada em 2009, inclui incentivos fiscais, retrofit de imóveis históricos e o projeto Rua da Cerveja, que transforma antigas lojas em polos de cervejarias artesanais. “Nosso objetivo é trazer vida ao centro, aproveitando o patrimônio cultural e a infraestrutura existente”, afirmou Correa.
Já Santos, representada por Glaucus Farinello, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade, destacou o Novo Centro Velho. O projeto foca na economia criativa e na ocupação imediata do centro histórico, com o Parque Valongo como símbolo. “Transformamos uma área degradada em um espaço de lazer e eventos, às margens do porto”, disse Farinello. O debate, mediado pela professora Elaine Pereira da Silva, reforçou a necessidade de ouvir moradores e comerciantes para garantir projetos alinhados às demandas locais.
Painel 6: Centralidades Urbanas e Integração Nacional
O Painel 6 trouxe representantes do Governo Federal, Sergipe e Paraíba para discutir estratégias integradas. Cristiana Scorza Guimarães, do Ministério das Cidades, apresentou o Programa Cidades Melhores e o Pró-Cidades, que financiam requalificação de áreas degradadas com foco em sustentabilidade e inclusão. Em Sergipe, Danilla Andrade detalhou o Raízes de Aracaju, projeto que combate a perda populacional do centro da capital com participação popular e articulação intersetorial. Já na Paraíba, o Viva o Centro transformou o centro histórico de João Pessoa com incentivos fiscais, habitação social e ações contra a insegurança, como a extinção da cracolândia local. “Em cinco meses, investimos R$ 400 milhões em obras e recuperamos áreas públicas”, destacou Pablo Guedes, do Instituto do Patrimônio Histórico da Paraíba.
Painel 7: Experiências de Belo Horizonte, Manaus e Porto Alegre
Na parte da tarde, o Painel 7 explorou as iniciativas de Belo Horizonte, Manaus e Porto Alegre. Em BH, o DescentralizaBH! busca reduzir a dependência do centro com o Programa de Qualificação de Centralidades, que fortalece centros de bairro por meio de parcerias e infraestrutura. Manaus, com o Nosso Centro, revitaliza a região central com turismo, cultura e moradia, transformando prédios abandonados em espaços culturais. Porto Alegre, apesar dos desafios das enchentes, avança com o Cais Embarcadero e a renovação da orla, criando polos culturais e gastronômicos. “A participação comunitária e a continuidade das ações são essenciais”, destacou Glenio Bohrer, da prefeitura gaúcha.
Painel 8: Urbanismo Social e o Futuro dos Centros
O evento encerrou com o Painel 8, focado em regeneração urbana e urbanismo social. Giovana Ulian, da Biossplena, apresentou o case do 4º Distrito de Porto Alegre, onde ações pontuais alavancaram transformações no entorno. Carlos Leite, da FAU-Mackenzie, trouxe a experiência de Medellín, que integrou periferias ao centro com infraestrutura de qualidade. Em Campinas, Fábio Muzetti destacou o projeto do Pátio Ferroviário, que preserva o passado ferroviário enquanto cria um hub de inovação. “A regeneração urbana deve criar lugares vibrantes, com identidade e pertencimento”, afirmou Ulian.
Conclusões: Diálogo e Continuidade como Chave
O encontro reforçou que os desafios das áreas centrais – como esvaziamento, degradação e insegurança – são comuns, mas as soluções passam por diálogo, integração e participação. “O centro é o espelho da cidade. Transformá-lo exige colaboração e visão sistêmica”, destacou Adriana Flosi, secretária de Campinas. Para José Police Neto, do governo de São Paulo, o maior desafio é criar centros que atraiam as novas gerações, oferecendo experiências humanas em um mundo digital. O evento, aplaudido por Carolina Baracat, secretária de Campinas, deixou um legado de troca de experiências e inspiração para cidades mais vibrantes e inclusivas.
Fonte: Governo de Campinas.
Da Redação.
Jornalista
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