
Em uma noite de emoções intensas no Mineirão, o Cruzeiro derrotou o Flamengo por 2 a 1, pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro de 2025, diante de mais de 52 mil torcedores. O jogo, disputado em 4 de maio, foi marcado por um primeiro tempo eletrizante, um segundo tempo equilibrado e um desfecho dramático, com Gabriel Barbosa, o Gabigol, decidindo a partida aos 51 minutos do segundo tempo. O atacante, que entrou em campo apenas aos 43 minutos, converteu um gol no rebote de um pênalti defendido por Rossi, garantindo a vitória cruzeirense e quebrando a invencibilidade do Flamengo.
O técnico Leonardo Jardim surpreendeu ao escalar o Cruzeiro com um meio-campo reforçado, deixando Gabigol no banco e posicionando Wanderson como um quinto homem no setor. Kaio Jorge, isolado no ataque, foi o destaque inicial. Aos 14 minutos, o Cruzeiro abriu o placar com um golaço do atacante. Após uma pressão na saída de bola, Lucas Romero recuperou a posse, e Kaio Jorge foi lançado na intermediária. Com velocidade, driblou dois marcadores e chutou forte, sem chances para o goleiro Rossi. O gol incendiou a torcida no Mineirão e colocou o Flamengo sob pressão.
Kaio Jorge, em grande fase com seis gols nos últimos sete jogos, quase ampliou aos 30 minutos. Após avançar da intermediária, chutou forte, e a bola, desviada, explodiu no travessão após Rossi tocar de leve. O Cruzeiro adotava uma postura reativa, explorando contra-ataques, enquanto o Flamengo encontrava dificuldades para furar a defesa mineira. Cássio, seguro, fez duas defesas cruciais: uma em cabeçada de Léo Ortiz e outra em dividida com Pedro na pequena área.
Quando o Cruzeiro parecia dominar, o talento individual do Flamengo fez a diferença. Aos 43 minutos do primeiro tempo, Arrascaeta empatou com um golaço. Após ajeitada de Gerson na entrada da área, o uruguaio bateu de primeira, com curva, no ângulo de Cássio, que nada pôde fazer. Por respeito ao ex-clube, Arrascaeta não comemorou. O gol, seu 32º no “novo” Mineirão (30 pelo Cruzeiro e dois pelo Flamengo), acalmou os ânimos rubro-negros e deixou o jogo aberto para o segundo tempo.
O ritmo caiu na etapa final, reflexo do desgaste físico. O Flamengo, com Bruno Henrique substituindo Everton Cebolinha, lesionado, tentou impor seu jogo, mas esbarrava na solidez defensiva do Cruzeiro. Leonardo Jardim manteve a estratégia, enquanto a torcida cruzeirense começava a pedir por Gabigol. O Cruzeiro criou as melhores chances: aos 23 minutos, Matheus Pereira chutou para defesa de Rossi; aos 30, o goleiro rubro-negro deu rebote, mas bloqueou Kaio Jorge. Aos 34, Wanderson desviou de peito, e Rossi fez outra grande defesa.
Filipe Luís, técnico do Flamengo, queimou suas substituições, colocando Varela, Luiz Araújo e Juninho, mas o time carioca só ameaçou aos 40 minutos, com Bruno Henrique finalizando para defesa de Cássio. A entrada de Gabigol, aos 43 minutos, no lugar de Matheus Pereira, reacendeu a torcida.
Aos 48 minutos, o destino reservou o clímax. Em disputa na área, Léo Pereira acertou a perna de Eduardo, e o árbitro Wilton Pereira Sampaio marcou pênalti. Gabigol, enfrentando seu ex-clube, assumiu a responsabilidade. Na cobrança, chutou no canto direito, Rossi defendeu, mas o atacante pegou o rebote e mandou para o alto, garantindo o 2 a 1 aos 51 minutos. Por respeito ao Flamengo, onde é ídolo, Gabigol não comemorou, mas foi ovacionado pelos cruzeirenses. O Mineirão explodiu em festa, e Cássio, atravessando o gramado, correu para abraçar o companheiro.
A vitória colocou o Cruzeiro em quarto lugar, com 13 pontos, enquanto o Flamengo, com 14, perdeu a liderança para o Palmeiras (16 pontos). O Cruzeiro enfrenta o Sport, lanterna, no domingo (11), em Recife, mas antes encara o Mushuc Runa, no Equador, pela Copa Sul-Americana, onde precisa reverter a lanterna do Grupo E. O Flamengo, por sua vez, recebe o Bahia no sábado (10) e enfrenta o Central Córdoba, na Argentina, pela Libertadores, buscando recuperação após derrota no Rio.
O jogo marcou o reencontro de Gabigol com o Flamengo, onde conquistou 13 títulos e marcou 161 gols em 306 jogos. Xingado pela torcida rubro-negra durante o aquecimento, o atacante recebeu carinho dos ex-companheiros, como Filipe Luís e Bruno Henrique, com quem refez o gesto da “fusão”. Sua entrada e gol decisivo reforçam sua importância no Cruzeiro, apesar de recentes jogos como reserva.

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