Idosa do 8/1 Tenta Suicídio a Caminho de Psiquiatra acorda Brasil!

Crise Emocional de Adalgiza Dourado Expõe Dramas dos Condenados
Na última sexta-feira (23), Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, condenada a 16 anos de prisão por sua participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, viveu momentos de desespero ao tentar tirar a própria vida enquanto se dirigia a uma consulta psiquiátrica em Brasília. O episódio, relatado por sua equipe jurídica, escancara os profundos impactos psicológicos enfrentados por pessoas envolvidas nos eventos que marcaram a invasão dos prédios dos Três Poderes, em Brasília, e reacende o debate sobre a saúde mental dos chamados “presos políticos” e a necessidade de medidas como a anistia.
Contexto do Episódio
Adalgiza, que cumpre prisão domiciliar no Recanto das Emas, no Distrito Federal, obteve autorização judicial para consultar um psiquiatra particular na Asa Norte. Viúva e voluntária em uma entidade de assistência a portadores de HIV antes de sua prisão, a idosa já apresentava um histórico de depressão profunda, pensamentos suicidas e crises de ansiedade, agravados pelas condições de sua detenção e pela condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante o trajeto de ônibus, sozinha, Adalgiza entrou em pânico e tentou, em múltiplas ocasiões, atentar contra a própria vida. Passageiros no transporte público intervieram, contendo-a e evitando uma tragédia. Ao chegar ao destino, foi acolhida por sua irmã, Célia Regina, que buscou apoio imediato do advogado Luiz Felipe Pereira da Cunha para estabilizar seu estado emocional.
Histórico de Saúde Mental
A defesa de Adalgiza destaca que seu quadro psicológico é delicado desde antes de sua prisão, em maio de 2024, no Presídio Feminino do Distrito Federal, conhecido como Colmeia. Relatos apontam que as condições precárias da cela, como um colchão de má qualidade e a falta de atendimento médico adequado, agravaram sua depressão. Além disso, a idosa sofre de arritmia cardíaca, e pedidos de exames médicos, como eletrocardiogramas, foram autorizados, mas nunca realizados, segundo a defesa. O histórico familiar de suicídio, incluindo uma tentativa de Adalgiza aos 15 anos, também eleva o risco. “Ela não tem mais vontade de viver. O peso da condenação e a falta de assistência médica adequada a estão destruindo”, afirmou Célia Regina em entrevista recente à revista Oeste.
Impactos Psicológicos dos Condenados do 8 de Janeiro
O caso de Adalgiza não é isolado. Segundo a equipe jurídica, os condenados pelos atos de 8 de janeiro enfrentam “desequilíbrios emocionais severos” que podem causar traumas permanentes. A defesa cita “seis ou sete mortes” direta ou indiretamente relacionadas às prisões, incluindo o caso amplamente divulgado de Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, que faleceu em circunstâncias trágicas. A pressão psicológica, somada às condições carcerárias e à percepção de injustiça, tem levado muitos a quadros de depressão, ansiedade e ideação suicida. “Essas pessoas estão sendo privadas não apenas da liberdade, mas da dignidade e da saúde mental”, declarou Luiz Felipe em nota oficial.
Demandas por Anistia
A defesa de Adalgiza reforça a necessidade de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” para os condenados do 8 de janeiro, argumentando que a medida poderia restaurar a dignidade e a paz de indivíduos como ela. O advogado Luiz Felipe acionou a Organização dos Estados Americanos (OEA) em abril de 2025, alegando violações de direitos humanos, como a falta de atendimento médico e psicológico adequado e o tratamento “cruel e desumano” no sistema prisional. Apesar de cinco pedidos de prisão domiciliar humanitária, todos foram negados pelo STF, que também retirou a competência da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para analisar o caso, segundo a defesa.
Contexto Nacional de Saúde Mental
O caso de Adalgiza reflete um problema mais amplo no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 11.502 internações por tentativas de suicídio em 2023, um aumento de 25% em relação a 2014. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) aponta que a diminuição de leitos psiquiátricos e a falta de serviços especializados agravam a crise de saúde mental no país. Para idosos, como Adalgiza, o risco é ainda maior devido à vulnerabilidade física e emocional, especialmente em contextos de estresse extremo, como o encarceramento.
Apelo por Justiça e Humanidade
A história de Adalgiza Maria Dourado é um grito de alerta para as consequências humanas das decisões judiciais e das condições do sistema prisional brasileiro. A defesa apela por uma revisão urgente das políticas de encarceramento e pela garantia de atendimento médico e psicológico adequado aos presos. “É inaceitável que uma idosa, com histórico de depressão e em condições frágeis, seja submetida a tamanha desumanidade”, afirmou Luiz Felipe. O caso reacende o debate sobre a necessidade de equilíbrio entre justiça e compaixão, especialmente para aqueles em situações de vulnerabilidade.
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Fonte: Revista Oeste, Diário do Poder.
Da Redação.
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