26 de julho de 2024 21:20
Franciele Guinami dos Santos tinha apenas 28 anos quando foi diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin clássico. A suspeita de um problema cardíaco veio como uma sequela da COVID-19, e foi descartada após uma consulta com um médico especializado.

Os cânceres que atingem o sangue estão entre os 20 mais comuns no Brasil

Franciele Guinami dos Santos tinha apenas 28 anos quando foi diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin clássico. A suspeita de um problema cardíaco veio como uma sequela da COVID-19, e foi descartada após uma consulta com um médico especializado. A coceira no corpo e o aumento dos gânglios no pescoço indicavam a necessidade de uma biópsia, que comprovou o estágio 3 da doença. Desde então, já são dois anos de tratamento. “O diagnóstico assusta, mas saber que a doença tem cura, é muito importante”, conta a paciente. Franciele é uma das mais de três mil pessoas que são diagnosticadas com o Linfoma de Hodgkin todos os anos no Brasil e agosto foi o mês escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientização sobre a doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os linfomas não-Hodgkin (LNH) são o nono câncer mais comum na população, principalmente mais velha. São estimados cerca de 12.040 novos casos para cada ano do triênio de 2023 a 2025. No Brasil, famosos já foram diagnosticados com o LNH e tiveram sucesso no tratamento. Dilma Rousseff, Edson Celulari, Reynaldo Gianecchini e Glória Perez são exemplos. Recentemente, o cantor Jorge Aragão foi diagnosticado com a doença, dando início ao tratamento. Já o linfoma de Hodgkin (LH), caso da Franciele, ocupa a 20ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo mais identificado entre adolescentes, adultos jovens e idosos.

Os linfomas são um tipo de câncer que se originam no sistema linfático, composto por linfonodos e tecidos que produzem as células (linfócitos) responsáveis pela defesa do nosso organismo, por meio da produção de anticorpos e vasos linfáticos, que conduzem essas células pelo corpo. Os linfomas provocam o crescimento desenfreado dessas células. Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, grupo de oncologistas e hematologistas de Campinas-SP, explica que o surgimento dos linfomas está relacionado à vulnerabilidade do sistema imunológico do paciente. “Algumas doenças hereditárias, autoimunes, ou até mesmo uso de drogas imunossupressoras e infecções virais, como o HIV, são potenciais fatores de risco para os linfomas”, diz a médica.

Quais os sintomas dos linfomas?

Os sintomas são bastante característicos e, de maneira geral, se manifestam com nódulos aumentados no pescoço ou virilha, possível ocorrência de febre, suores noturnos, emagrecimento, cansaço e coceira no corpo. Conforme os locais acometidos, podem ainda apresentar tosse, falta de ar, dor no peito, aumento do volume abdominal e lesões cutâneas. O diagnóstico requer a realização de biópsia, com a retirada do tecido para análise microscópica das características.

Como são tratados os linfomas?

Com relação ao tratamento, o LH na maioria dos casos, é uma doença curável apresentando uma taxa de cura de mais de 85%. O tratamento clássico é a poliquimioterapia (múltiplas drogas) com ou sem radioterapia associada. Franciele adotou dois protocolos diferentes, mas só teve sucesso no terceiro, com o transplante de medula autólogo. “O momento mais difícil desde o diagnóstico da doença, foi perceber que o meu organismo não respondeu ao primeiro protocolo. Bate a insegurança, por isso, a fé sempre precisa ser maior”, pontua a paciente.

Já o tratamento dos LNH pode ser feito com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, terapias-alvo (substâncias que bloqueiam proteínas ou moléculas envolvidas no crescimento das células cancerígenas) e o transplante de células hematopoiéticas. Para Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe, ações como a do agosto verde claro são fundamentais para levar conhecimento e confiança à população. “O tratamento de linfoma está avançado e, quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais da doença, as chances de cura são muito grandes”, explica a médica. Por isso, a conscientização é tão importante.

Fonte: Carolina Cerqueira do Newslink.

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