22 de dezembro de 2024 09:42
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Oleg Orlov foi algemado e levado sob custódia após o veredito, ficando clara a perseguição e intolerância às críticas à guerra por parte do regime de Vladimir Putin.

Oleg Orlov foi algemado e levado sob custódia após o veredito, ficando clara a perseguição e intolerância às críticas à guerra por parte do regime de Vladimir Putin.

Moscou, Rússia – Um veterano ativista dos direitos humanos, Oleg Orlov, de 70 anos, copresidente do grupo Memorial, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2022, foi condenado na terça-feira (27/02) por um tribunal de Moscou. A condenação veio por “desacreditar repetidamente” o exército russo. Orlov recebeu uma sentença de 2 anos e meio de prisão. O caso, considerado politicamente motivado por Orlov, foi encarado pelo ativista com resiliência. Em sua declaração final, ele afirmou: “Não me arrependo de nada e não me penitencio por nada”, reiterando sua denúncia contra a invasão russa à Ucrânia.

Orlov foi algemado e levado sob custódia após o veredicto, que concluiu um novo julgamento, anteriormente condenado e multado. A acusação recorreu buscando uma punição mais severa, alegando que Orlov foi motivado por hostilidade em relação aos “valores espirituais, morais e patrióticos tradicionais russos” e ódio ao militar, conforme relatado pelo veículo de notícias russo independente Mediazona.

O grupo Memorial, em um comunicado, denunciou a sentença como “uma tentativa de silenciar a voz do movimento de direitos humanos na Rússia e qualquer crítica ao estado”, prometendo continuar e manter seu trabalho ativo na Rússia. Dezenas de apoiadores, incluindo 18 diplomatas ocidentais, estiveram presentes no tribunal durante o veredito.

A embaixadora dos EUA, Lynne Tracy, expressou preocupação com o resultado do julgamento: “Oleg Orlov lutou pessoalmente pelos direitos dos russos por mais de 45 anos. Em tempos anteriores, seus esforços foram premiados nos mais altos níveis. Na Rússia de hoje, ele está sendo preso por eles”, disse Tracy.

Este é o segundo julgamento de Orlov. No primeiro, em outubro de 2023, ele foi condenado e multado em 150.000 rublos (próximo de US$ 1.500 dólares na época), uma punição considerada mais branda. Tanto a defesa quanto a acusação recorreram, e um tribunal superior anulou a multa, devolvendo o caso aos promotores. O novo julgamento é mais um episódio da repressão implacável na Rússia, intensificada desde o envio de tropas à Ucrânia em fevereiro de 2022.

Além disso, a terça-feira marcou o nono aniversário do assassinato de Boris Nemtsov, uma figura carismática da oposição russa. Nemtsov foi morto a tiros enquanto caminhava ao longo de uma ponte adjacente ao Kremlin na noite de 27 de fevereiro de 2015. Seu assassinato foi um golpe para a oposição política, assim como foi a morte na prisão este mês do líder da oposição Alexei Navalny. Um oficial das forças de segurança do Kremlin foi condenado a 20 anos pelo crime, enquanto outros quatro homens foram sentenciados por envolvimento no assassinato.

Fonte: Revista Exílio – Terça Livre.

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