Em resposta à proibição, a Argentina anunciou que iniciou ações diplomáticas contra o Regime venezuelano.
Uma tensão diplomática entre Argentina e Venezuela eclodiu após a decisão do ditador Nicolás Maduro de proibir aeronaves argentinas de sobrevoarem o espaço aéreo venezuelano. A medida, que entrou em vigor nesta segunda-feira (11/03), foi uma resposta ao impasse envolvendo um avião venezuelano Boeing 747 que estava retido na Argentina desde junho de 2022 e foi enviado para os Estados Unidos no último mês de fevereiro.
O veto de Maduro afeta diretamente as operações da estatal Aerolíneas Argentinas em suas rotas para o Aeroporto Internacional John F. Kennedy (JFK), em Nova York, Miami e Punta Cana, conforme relatado pelo jornal argentino La Nacion.
Em resposta à proibição, a Argentina anunciou que iniciou ações diplomáticas contra a Venezuela. O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, declarou em coletiva de imprensa na Casa Rosada que “a Argentina não se deixará extorquir pelos amigos do terrorismo”. Adorni acrescentou: “A Argentina iniciou ações diplomáticas contra o governo da Venezuela, chefiado pelo ditador Maduro, após sua decisão de impedir a utilização do espaço aéreo do país por qualquer aeronave argentina, com o prejuízo que isso acarreta para o nosso país”.
Embora sem entrar em detalhes, fontes informaram ao jornais que a Argentina apresentou uma nota de protesto à Venezuela no dia 08 de março “devido à decisão de suspender as autorizações de sobrevoo das companhias aéreas argentinas no espaço aéreo venezuelano”. Além disso, o país sul-americano anunciou que tomará medidas no âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) por violação do Convênio sobre Aviação Civil Internacional, conhecido como Convênio de Chicago (1944).
O impasse entre os dois países começou quando um avião cargueiro Boeing 747-300M Dreamliner, pertencente à empresa iraniana Mahan Air e posteriormente à Emtrasur, subsidiária da companhia aérea venezuelana Conviasa, foi retido na Argentina. A aeronave foi enviada para os Estados Unidos em resposta a um pedido de confisco, causando um aumento nas tensões entre os governos de Buenos Aires e Caracas.
Maduro denunciou o ocorrido como um “ato vil, criminoso e ultrajante”, acusando os Estados Unidos de “desmembrar” a aeronave em Miami. Além disso, o líder venezuelano lançou críticas ao presidente argentino, relacionando o episódio ao político Javier Milei, a quem chamou de “louco” e acusou de roubar o avião da Venezuela.