O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), orientou os moradores do município neste domingo, 5, a deixarem a capital rumo às cidades do litoral menos afetadas pelas chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.
A orientação visa esvaziar a cidade para auxiliar na circulação de veículos de resgate.
“Orientei as pessoas para que se dirigissem ao litoral via RS-040. Não há necessidade de todos saírem ao mesmo tempo, mas é prudente sair da cidade, caso possa. A cidade precisa ficar livre de trânsito para que possamos salvar todas as vidas em risco”, disse o prefeito.
“Nós precisamos esvaziar o máximo possível, reduzir a circulação em Porto Alegre, porque o barco, a ambulância, os caminhões precisam chegar no lugar certo, e quando tem um acúmulo de veículos, não conseguem fazer isso. Eu sugeri que aqueles que têm casa no litoral, que não foi atingido como a capital, que se eles entendessem que pudessem ir para o litoral, ajudaria a esvaziar um pouco a cidade”, acrescentou.
“Não estou evacuando a cidade, apenas uma recomendação que acredito ser razoável para que as pessoas que possam se desloquem para o litoral”, completou.
Apelo por economia de água
Em entrevista coletiva, Sebastião Melo também reforçou o apelo à população da capital gaúcha para economizar água, pois não há previsão para a normalização do abastecimento.
Das seis estações de tratamento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), apenas duas estão operando (Menino Deus e Belém Novo), deixando 70% da cidade desabastecida.
Aulas suspensas
As aulas nas escolas da rede municipal de educação de Porto Alegre ficarão suspensas pelo menos até quarta-feira, 8.
Ao menos três escolas municipais de ensino fundamental –Jean Piaget, Grande Oriente do Rio Grande do Sul e Porto Novo– atuam como alojamento provisório de morados de áreas atingidas pela enchente.
As chuvas no Rio Grande do Sul
O número de mortes provocadas pelos temporais no Rio Grande do Sul chegou a 78, conforme balanço divulgado às 18h de domingo, 5, pela Defesa Civil do estado.
Pelo menos 105 pessoas estão desaparecidas e outras 175, feridas. No total, 341 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 844 mil pessoas.
A Defesa Civil soma 134,3 mil pessoas fora de casa, sendo 18,4 mil em abrigos e 115 mil desalojadas.