“Meus filhos estão sofrendo” apela Débora ao STF

Cabeleireira acusada de vandalismo no 8/1 alega que “ato não foi premeditado; filhos sofrem”
Em uma carta emocionada endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a cabeleireira Débora dos Santos, de 39 anos, pediu clemência após ser acusada de participar da depredação da Estátua da Justiça durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A sessão que analisa seu caso foi suspensa após pedido de vista do ministro Luiz Fux, e ela pode enfrentar até 14 anos de prisão.
A carta, divulgada pela Revista Oeste, revela o desespero da acusada, que alega não ter tido intenção criminosa. “Meus filhos estão sofrendo muito”, escreveu Débora, que agora teme as consequências jurídicas e familiares de seu ato.
O crime e as imagens que a incriminaram
Débora foi identificada por meio de imagens que mostravam um grupo de manifestantes pichando a Estátua da Justiça, em frente ao STF, durante a invasão às sedes dos Três Poderes. Na ocasião, centenas de pessoas foram presas, e muitas aguardam julgamento até hoje.
A acusação alega que a pichação foi um ato de vandalismo e desrespeito às instituições democráticas. Débora, no entanto, afirma que agiu por impulso e sem planejamento. “Não fui lá para destruir nada, estava no meio da multidão e me deixei levar”, disse na carta.
O pedido de clemência e o sofrimento da família
Na mensagem, a cabeleireira descreve o impacto que o processo tem causado em sua vida. “Meus filhos não entendem por que a mãe deles está sendo tratada como criminosa”, escreveu. Ela também menciona dificuldades financeiras e o estigma de ser associada aos atos de vandalismo.
Advogados de defesa argumentam que Débora não tem antecedentes criminais e que seu caso deve ser analisado com ponderação. Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que os crimes do 8 de janeiro foram graves e que os envolvidos devem ser punidos exemplarmente.
Repercussão e próximos passos
O caso de Débora reacende o debate sobre a proporcionalidade das penas aplicadas aos acusados do 8 de janeiro. Enquanto alguns defendem punições rigorosas, outros argumentam que muitos manifestantes agiram por impulso e não representam uma ameaça real à democracia.
Com o pedido de vista de Fux, a decisão sobre o destino da cabeleireira foi adiada. Se condenada, ela pode cumprir pena em regime fechado, o que separaria ela de seus filhos por anos.
Enquanto isso, a carta viralizou nas redes sociais, dividindo opiniões. Alguns veem Débora como vítima de um sistema rígido, enquanto outros afirmam que a justiça deve ser implacável com quem atacou as instituições.
Da Redação.
Jornalista
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