Moraes Aciona PF para Ouvir Mourão: Bolsonaro em Risco

Investigação sobre tentativa de golpe avança no STF
O Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, intensificou as investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado que teria ocorrido em 2022, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais. Nesta terça-feira (3), Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) ouça o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) no prazo de 15 dias, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida visa esclarecer se Mourão, ex-vice-presidente de Bolsonaro, foi influenciado pelo ex-presidente antes de prestar depoimento em 23 de maio, no âmbito da ação penal que investiga o chamado “núcleo 1” da trama golpista.
Contexto da Investigação
A ação penal em curso no STF apura a existência de uma organização criminosa que teria atuado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Jair Bolsonaro e outros sete réus, incluindo os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, respondem por crimes graves, como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e deterioração de patrimônio tombado. As penas, em caso de condenação, podem ultrapassar 30 anos de prisão.
A Ligação Suspeita
Segundo informações do portal Metrópoles, Bolsonaro teria telefonado para Mourão na véspera de seu depoimento ao STF. Durante a ligação, o ex-presidente supostamente pediu que Mourão reforçasse a narrativa de que ele não esteve envolvido em qualquer plano de ruptura institucional. Mourão, que depôs como testemunha de defesa de Bolsonaro e dos generais citados, negou ter participado de reuniões com teor golpista ou ter conhecimento de tais encontros durante o governo Bolsonaro. A PGR, no entanto, suspeita que a ligação pode configurar coação no curso do processo, um crime que, se comprovado, pode agravar a situação jurídica de Bolsonaro.
Depoimento de Mourão
No depoimento de 23 de maio, Mourão afirmou que não presenciou discussões sobre medidas de exceção, como decretação de estado de sítio ou golpe de Estado, durante o governo Bolsonaro. A PGR, ao solicitar a nova oitiva, busca esclarecer se as declarações do senador foram influenciadas pela conversa com o ex-presidente. A determinação de Moraes reforça a necessidade de apurar a veracidade dos fatos, destacando que a investigação é essencial para garantir a integridade do processo judicial.
Interrogatórios Agendados
Além da ordem para ouvir Mourão, Moraes marcou para 9 de junho os interrogatórios de Bolsonaro e outros sete réus do “núcleo 1”. As oitivas serão realizadas presencialmente na sala da Primeira Turma do STF, com exceção do general Walter Braga Netto, que, por estar preso preventivamente no Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator nas investigações, será o primeiro a depor, seguido pelos demais réus em ordem alfabética. A expectativa é que o julgamento final, que decidirá pela condenação ou absolvição dos acusados, ocorra no segundo semestre de 2025.
Riscos para Bolsonaro
A nova diligência envolvendo Mourão coloca Bolsonaro em uma posição delicada. Caso a PF confirme que o ex-presidente tentou influenciar o depoimento do senador, ele pode enfrentar acusações adicionais, como obstrução de Justiça ou coação de testemunha, agravando sua situação jurídica. A investigação da trama golpista já acumula provas significativas, incluindo a delação de Mauro Cid, que revelou que Bolsonaro ordenou o monitoramento do próprio Moraes em dezembro de 2022, com o objetivo de rastrear sua localização. Tais elementos reforçam a gravidade das acusações contra o ex-presidente.
Repercussão e Polêmica
A determinação de Moraes gerou reações polarizadas. Apoiadores de Bolsonaro, como o Jornal Cidade Online, classificam as ações do STF como uma “perseguição cruel” contra o ex-presidente, seus aliados e sua família, sugerindo que o “sistema” busca ocultar a verdade sobre os eventos de 2022. Por outro lado, críticos de Bolsonaro argumentam que as investigações são essenciais para preservar a democracia e punir tentativas de subversão da ordem constitucional. A possibilidade de prisão de Bolsonaro, embora não iminente, permanece no horizonte, dependendo do desenrolar das investigações e do julgamento.
O Papel do STF e da PGR
O ministro Alexandre de Moraes tem conduzido as investigações com rigor, garantindo o acesso da defesa de Bolsonaro às provas do inquérito, como afirmou em decisão de fevereiro de 2025. A PGR, sob o comando de Paulo Gonet, tem desempenhado um papel central na formulação das denúncias e na solicitação de diligências, como a oitiva de Mourão. A atuação conjunta do STF e da PGR reforça a seriedade do processo, que pode marcar um precedente histórico ao julgar um ex-presidente por crimes contra a ordem democrática.
Próximos Passos
Com os interrogatórios de 9 de junho e a nova oitiva de Mourão, o STF avança na fase final da instrução processual. A análise das provas e depoimentos será crucial para determinar o destino de Bolsonaro e seus aliados. Enquanto o país acompanha o desenrolar do caso, o STF enfrenta o desafio de equilibrar a busca por justiça com as tensões políticas que envolvem uma investigação de tamanha magnitude.
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Fonte da Matéria: Informações baseadas em reportagens do portal Metrópoles, Agência Brasil e UOL.
Da Redação.
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