Nacionalista Aliado de Trump É Eleito Presidente da Polônia

Conservador Vence Disputa Apertada e Promete Priorizar Poloneses
Varsóvia, Polônia – 2 de junho de 2025
Em uma eleição marcada por intensas divisões ideológicas, o conservador Karol Nawrocki, aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi eleito o novo presidente da Polônia. Com 50,89% dos votos, Nawrocki superou o prefeito liberal de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, que obteve 49,11%, em um segundo turno acirrado, segundo resultados oficiais divulgados pela Comissão Eleitoral Estatal (PKW) nesta segunda-feira (2). A vitória do historiador de 42 anos representa um revés para o governo centrista do primeiro-ministro Donald Tusk e pode redefinir o papel da Polônia na União Europeia e no cenário global.
Contexto da Eleição: Uma Campanha Divisiva
A corrida presidencial de 2025 foi uma das mais polarizadas da história recente da Polônia, refletindo tensões entre visões progressistas e nacionalistas. No primeiro turno, realizado em 18 de maio, Trzaskowski, apoiado pela coalizão governista de Tusk, liderou com 30,8% dos votos, seguido de perto por Nawrocki, com 29,1%. A disputa final, no domingo (1º de junho), manteve o país em suspense, com pesquisas de boca de urna indicando um empate técnico. Trzaskowski chegou a declarar vitória prematuramente, mas o resultado final confirmou a virada de Nawrocki, com uma diferença de menos de dois pontos percentuais.
A alta participação, de 71,31%, a maior já registrada em um segundo turno presidencial na Polônia, evidenciou o engajamento dos eleitores em um momento de instabilidade global e desafios internos, como a gestão de refugiados e a relação com a União Europeia.
Quem É Karol Nawrocki?
Aos 42 anos, Karol Nawrocki é um historiador e ex-diretor do Instituto de Memória Nacional (IPN), uma instituição estatal que investiga crimes históricos contra a Polônia. Conhecido por seu posicionamento eurocético, Nawrocki também ganhou notoriedade por seu passado como boxeador amador e por admitir envolvimento em brigas com torcidas de futebol. Durante a campanha, ele se apresentou como um “candidato dos cidadãos”, embora tenha sido apoiado pelo partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que governou o país entre 2015 e 2023.
Suas propostas centraram-se em valores conservadores, como a defesa da família tradicional e da identidade católica polonesa. Nawrocki também prometeu reduzir impostos e priorizar políticas econômicas e sociais para os poloneses, criticando a presença de refugiados, especialmente ucranianos, em meio ao conflito na vizinha Ucrânia. Essa postura gerou controvérsia, mas atraiu eleitores preocupados com segurança nacional e soberania.
Apoio de Trump e Implicações Internacionais
Um dos aspectos mais comentados da campanha foi o apoio explícito de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Em maio, Trump recebeu Nawrocki na Casa Branca e, dias antes do segundo turno, a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, declarou em um evento do Conservative Political Action Conference (CPAC) na Polônia que Nawrocki “precisa ser o próximo presidente”. A promessa de aprofundar os laços militares entre os dois países, com cerca de 10 mil tropas americanas estacionadas na Polônia, foi um ponto central de sua plataforma.
A vitória de Nawrocki foi celebrada por líderes de extrema direita na Europa, como o húngaro Viktor Orbán e a francesa Marine Le Pen, que veem o resultado como um golpe contra a “oligarquia de Bruxelas” e as políticas da União Europeia. Por outro lado, analistas alertam que a relação da Polônia com a UE pode se deteriorar, especialmente em temas como o Pacto de Migração e Asilo e o Acordo Verde Europeu, dos quais Nawrocki promete se retirar.
Desafios para o Governo de Tusk
A eleição de Nawrocki representa um obstáculo significativo para o primeiro-ministro Donald Tusk, que, desde 2023, lidera uma coalizão centrista voltada a reverter as reformas autoritárias do PiS e fortalecer os laços com a UE. O presidente polonês detém o poder de veto, e analistas preveem que Nawrocki o usará de forma agressiva para bloquear iniciativas do governo, como a liberalização das leis de aborto e os direitos LGBTQ+. Essa “coabitação” tensa pode levar a um impasse político até as eleições parlamentares de 2027.
Além disso, a posição de Nawrocki sobre a Ucrânia, incluindo sua oposição ao apoio irrestrito à entrada do país na OTAN, pode complicar o papel da Polônia como um dos principais aliados de Kiev na guerra contra a Rússia.
Reações e o Futuro da Polônia
Rafał Trzaskowski concedeu a derrota em uma mensagem no X, parabenizando Nawrocki, mas alertando: “Esta vitória é uma obrigação, especialmente em tempos difíceis. Não se esqueça disso.” Líderes europeus, como o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, expressaram esperança de cooperação, enquanto populistas celebraram o resultado como uma vitória contra a “padronização” da UE.
A posse de Nawrocki está marcada para 6 de agosto, sucedendo Andrzej Duda, também alinhado ao PiS. Seu mandato de cinco anos será um teste para a democracia polonesa, em um momento de crescente polarização e desafios globais.
O que você acha da vitória de Karol Nawrocki? Acha que ele fortalecerá a Polônia ou aumentará as tensões com a UE? Deixe seu comentário, curta e compartilhe para ampliar o debate sobre o futuro da Polônia e da Europa! 🇵🇱✨
Fonte: The New York Times.
Da Redação.
Jornalista
Descubra mais sobre GRNOTICIAS
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.