Panasonic Demite 10 Mil em Plano de Reestruturação Global

Conglomerado japonês corta 4% do quadro para impulsionar lucro
A Panasonic Holdings, gigante japonesa do setor de eletrônicos, anunciou na última sexta-feira (9) um plano de reestruturação global que resultará na demissão de 10 mil funcionários, equivalente a cerca de 4% de sua força de trabalho atual. A medida, que será implementada até março de 2026, tem como objetivo aumentar a eficiência operacional e melhorar a lucratividade da companhia em um cenário de crescente competição e desafios econômicos. O plano, orçado em 150 bilhões de ienes (aproximadamente R$ 5,8 bilhões), reflete a necessidade de adaptação da empresa a um mercado em rápida transformação.
Escopo e Impacto das Demissões
O corte de 10 mil postos de trabalho será distribuído globalmente, com metade das demissões previstas para o Japão e o restante em operações internacionais. A Panasonic não especificou quais países ou unidades serão mais afetados, mas indicou que os departamentos administrativos e de vendas serão os principais alvos. Esses setores, segundo a empresa, demandam uma revisão profunda para eliminar redundâncias e otimizar processos. A reestruturação também inclui o encerramento de negócios deficitários e a racionalização de investimentos, especialmente em tecnologia da informação e eletrônicos de consumo.
A companhia espera que as medidas permitam alcançar um retorno sobre o patrimônio líquido de 10% até março de 2029. Para isso, projeta um lucro operacional ajustado de 600 bilhões de ienes (R$ 23 bilhões) até março de 2027. A redefinição das estruturas organizacionais e a redução do quadro de colaboradores são vistas como passos cruciais para atingir essas metas ambiciosas.
Foco Estratégico no Setor de Energia
Enquanto corta custos em algumas áreas, a Panasonic reforça sua aposta no setor de energia, especialmente na produção de baterias para veículos elétricos. A divisão, que fornece componentes para a Tesla, de Elon Musk, é considerada um pilar estratégico. A empresa espera que o lucro operacional dessa unidade cresça 39% no atual exercício fiscal, alcançando 167 bilhões de ienes (R$ 6,5 bilhões), superando a meta anterior de 124 bilhões de ienes. Esse crescimento é impulsionado pela crescente demanda por veículos elétricos e pela expansão do mercado de energia renovável.
Presença no Brasil
No Brasil, a Panasonic opera desde 1967 e mantém uma presença significativa, com três unidades fabris e um escritório administrativo. A fábrica de São José dos Campos (SP) produz pilhas e componentes eletrônicos, enquanto a planta de Manaus (AM) fabrica itens automotivos e micro-ondas. Já a unidade de Extrema (MG) é dedicada à produção de eletrodomésticos da linha branca, com foco em sustentabilidade. Juntas, essas operações empregam cerca de 2 mil pessoas. Até o momento, não há informações sobre como os cortes globais afetarão as operações brasileiras, mas a subsidiária segue ativa e alinhada às diretrizes globais da companhia.
Contexto e Desafios do Mercado
O anúncio da Panasonic reflete um movimento mais amplo entre grandes conglomerados globais, que buscam se adaptar a mudanças econômicas e tecnológicas. A concorrência acirrada no setor de eletrônicos, combinada com a necessidade de inovação em áreas como inteligência artificial e energia limpa, pressiona empresas a reverem suas estruturas. A decisão da Panasonic também ocorre em um momento de incerteza econômica global, com desafios como inflação, flutuações cambiais e interrupções nas cadeias de suprimentos.
Analistas do setor apontam que a reestruturação é uma tentativa de a Panasonic se reposicionar como líder em mercados de alto crescimento, como o de baterias e tecnologias sustentáveis. No entanto, a redução significativa no quadro de funcionários pode gerar críticas, especialmente no Japão, onde a estabilidade no emprego é culturalmente valorizada.
Perspectivas Futuras
Com o plano de reestruturação, a Panasonic busca não apenas melhorar sua saúde financeira, mas também se preparar para os desafios do futuro. A empresa está investindo em pesquisa e desenvolvimento para fortalecer sua posição em setores estratégicos, ao mesmo tempo em que reduz sua dependência de negócios menos rentáveis. A execução bem-sucedida do plano será essencial para que a companhia alcance suas metas de lucratividade e mantenha sua relevância em um mercado altamente competitivo.
Fonte: CNN.
Da Redação.
Jornalista
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