março 26, 2025 | by Ronaldo dos Reis

Rio de Janeiro, 26 de março de 2025 – Cerca de 30 mil trabalhadores da Petrobras paralisaram suas atividades nesta quarta-feira (26/3) em uma greve de 24 horas convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). O movimento é um protesto contra a gestão da presidente Magda Chambriard, acusada de impor uma “cultura do medo” e ignorar demandas históricas da categoria.
A paralisação, considerada uma “greve de advertência”, ocorre em unidades da Petrobras em todo o país, incluindo refinarias, plataformas e bases operacionais. Os sindicatos alertam que, se não houver avanço nas negociações, novas mobilizações devem ser deflagradas nos próximos meses.
No manifesto divulgado pelas entidades, os petroleiros listam seis principais reivindicações:
Além disso, os petroleiros denunciam que, enquanto a PLR sofre cortes, os dividendos distribuídos aos acionistas cresceram 207% no último ano.
Magda Chambriard, que assumiu a presidência da Petrobras em 2024, é criticada por uma postura “autoritária e fechada ao diálogo”, segundo a FUP. Em carta aberta, os sindicatos afirmam que a diretoria tem tomado decisões unilaterais, como a mudança no vale-alimentação e a redução de benefícios.
“A atual gestão trata os trabalhadores com desprezo. Não há negociação, apenas imposição”, disse um operador da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias), que preferiu não se identificar.
A Petrobras ainda não se pronunciou oficialmente sobre a greve. Procurada pela reportagem, a assessoria da empresa limitou-se a dizer que “as operações seguem monitoradas”.
Apesar de a greve ser simbólica (24 horas), a paralisação em refinarias e plataformas pode afetar o abastecimento e a produção de combustíveis. Em 2023, uma greve semelhante causou atrasos no escoamento de petróleo.
Politicamente, o movimento aumenta a pressão sobre o governo federal, que tem enfrentado críticas de sindicatos e partidos de esquerda por “priorizar o mercado em detrimento dos trabalhadores”.
A FUP marcou uma assembleia para sexta-feira (28/3) para avaliar os resultados da greve. Se a Petrobras não recuar, novas paralisações estão no radar, incluindo uma greve nacional por tempo indeterminado.
Enquanto isso, os trabalhadores seguem em alerta: “Não vamos aceitar retrocessos. A Petrobras é nossa”, concluiu um manifestante em frente à sede da empresa, no Rio.
View all