Pobreza na Argentina cai de 52,9% para 38,1% em 2024

Queda de 14 pontos reflete impacto das políticas de Milei
O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos da Argentina (Indec) anunciou nesta segunda-feira, 31 de março de 2025, uma significativa redução na taxa de pobreza do país. No segundo semestre de 2024, a pobreza afetava 38,1% da população argentina, uma queda expressiva em relação aos 52,9% registrados no primeiro semestre do mesmo ano.
Essa diminuição de 14,8 pontos percentuais é atribuída, em grande parte, às políticas econômicas implementadas pelo presidente Javier Milei, que assumiu o cargo em dezembro de 2023. Entre as medidas adotadas, destacam-se a estabilização da inflação, que caiu de um pico de 289% em abril de 2024 para 66% em fevereiro de 2025, e a recuperação parcial dos salários.
Impacto das políticas econômicas
O governo de Milei implementou uma série de reformas econômicas, incluindo a depreciação do peso, cortes nos gastos públicos e a eliminação de controles de preços. Essas ações visavam conter a inflação galopante e promover a estabilidade macroeconômica. Como resultado, a inflação mensal foi reduzida para entre 2% e 3%, contribuindo para a melhoria do poder de compra da população e, consequentemente, para a redução da pobreza.
Apesar dessas melhorias, cerca de 11,3 milhões de argentinos ainda vivem em situação de pobreza, incluindo 52% das crianças menores de 14 anos. Além disso, a taxa de indigência, que se refere à parcela da população que não consegue cobrir as despesas da cesta básica, caiu de 18,1% no primeiro semestre de 2024 para 8,2% no segundo semestre do mesmo ano.
Desafios e críticas
Embora os dados oficiais apontem para uma melhora nos indicadores de pobreza, muitos argentinos relatam que suas condições de vida não melhoraram significativamente. Economistas e cidadãos argumentam que as medidas de austeridade implementadas pelo governo resultaram em cortes drásticos nos serviços públicos, aumentando as dificuldades para a população mais vulnerável. Além disso, críticos questionam a precisão das estatísticas de pobreza e inflação, sugerindo que os índices de preços ao consumidor utilizados podem não refletir adequadamente as despesas de vida atuais.
Especialistas alertam que a sustentabilidade desses avanços depende da estabilidade do câmbio e da continuidade das políticas econômicas. Uma possível desvalorização do peso poderia reverter os ganhos obtidos na redução da pobreza.
Perspectivas futuras
O governo argentino celebra os dados atuais como uma validação de suas políticas econômicas. No entanto, a oposição e diversos analistas mantêm uma postura cautelosa, enfatizando que, apesar da queda nas taxas de pobreza, a realidade cotidiana de muitos argentinos ainda é marcada por dificuldades econômicas. A continuidade das reformas e a implementação de políticas que promovam o crescimento econômico inclusivo serão cruciais para consolidar e ampliar os avanços na redução da pobreza no país.
Em resumo, a Argentina testemunhou uma queda significativa na taxa de pobreza no segundo semestre de 2024, atribuída às políticas econômicas do governo Milei. Contudo, desafios persistem, e a sustentabilidade desses avanços dependerá de fatores econômicos e políticos nos próximos anos.
Da Redação.
Jornalista
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