PT, que defende as urnas eletrônicas, opta por voto impresso em eleição interna

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Sigla abandona urnas eletrônicas após negativas da Justiça Eleitoral

O Partido dos Trabalhadores (PT) surpreendeu ao anunciar, nesta quarta-feira (21), que sua eleição interna, marcada para 6 de julho, será realizada exclusivamente com cédulas de papel, abandonando o plano inicial de utilizar urnas eletrônicas. A decisão, tomada pela Comissão Executiva Nacional, ocorre após negativas de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco, que alegaram questões de segurança e dificuldades logísticas para ceder os equipamentos. A ausência de uma resposta definitiva da Justiça Eleitoral sobre o uso das urnas em todo o país também pesou na escolha.

A eleição definirá a nova presidência nacional do partido e os dirigentes locais em todo o Brasil. Inicialmente, o PT planejava utilizar urnas eletrônicas, reforçando sua defesa histórica do sistema, que sempre foi alvo de críticas de setores bolsonaristas. No entanto, a impossibilidade de garantir a cessão dos equipamentos em todos os estados levou a sigla a descartar um modelo híbrido — com urnas eletrônicas em algumas regiões e voto em papel em outras —, por comprometer a uniformidade do processo.

Contexto da decisão

A resolução do partido destaca: “Considerando a impossibilidade, junto à Justiça Eleitoral, da cessão das urnas eletrônicas para utilização em todo o território nacional, decide-se que o Processo de Eleições Diretas (PED 2025) será realizado exclusivamente por meio de voto em cédulas de papel”. A decisão contrasta com o discurso do PT, que, ao longo dos anos, defendeu a confiabilidade das urnas eletrônicas, especialmente em resposta às acusações de fraude feitas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O PT chegou a buscar apoio diretamente da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, mas a Corte delegou a decisão aos TREs. Com as negativas de quatro estados e a falta de garantia de uniformidade, a direção nacional optou por voltar ao modelo analógico, usado em eleições internas anteriores. A escolha reflete não apenas desafios logísticos, mas também a necessidade de garantir um processo eleitoral coeso em um momento de renovação da liderança partidária.

Disputa pela liderança

A eleição de julho promete ser acirrada, com dois nomes de peso na disputa pela presidência nacional. Rui Falcão, deputado federal e ex-presidente do PT entre 2011 e 2017, representa a ala mais tradicional da sigla, com forte apoio entre militantes históricos. Já Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e coordenador da campanha de Lula em 2022, conta com o respaldo do núcleo político ligado ao atual governo. A saída de Gleisi Hoffmann, que deixou a presidência do partido para assumir a Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula, abriu espaço para a renovação. Desde então, o senador Humberto Costa (PT-PE) exerce a função de forma interina.

Repercussão e contradição

A decisão do PT de adotar o voto em papel gerou debates, especialmente por contradizer sua defesa histórica das urnas eletrônicas. Críticos apontam que a escolha pode ser explorada por adversários políticos, que questionam a segurança do sistema eletrônico em eleições gerais. Por outro lado, a direção do PT argumenta que a medida é pragmática, visando evitar inconsistências no processo interno. A sigla reforça que a opção pelo papel não reflete desconfiança nas urnas eletrônicas, mas sim uma resposta às limitações impostas pela Justiça Eleitoral.

Impacto político

A eleição interna do PT ocorre em um momento estratégico, com o partido buscando consolidar sua influência no governo Lula e se preparar para as eleições municipais de 2026. A escolha do novo presidente nacional será crucial para definir os rumos da sigla, especialmente em um cenário de polarização política. A disputa entre Falcão e Silva reflete diferentes visões dentro do PT: uma mais enraizada na tradição do partido e outra alinhada à atual gestão presidencial.

Próximos passos

Com a decisão pelo voto em papel, o PT agora organiza a logística para implementar o processo em todo o país. A militância será mobilizada para garantir a transparência e a eficiência da votação, que ocorrerá em seções eleitorais organizadas localmente. A expectativa é que o PED 2025 mobilize milhares de filiados, reforçando o caráter democrático do partido.

Fonte: Hora Brasília

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Da Redação.

Jornalista


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