Reviravolta no STF: Defesa de coronel pede liberdade após Cid negar plano de morte

“Kids Pretos” nunca tramaram assassinato, diz Cid em depoimento. Advogado Jeffrey Chiquini vê novo cenário para Tenente-Coronel Azevedo, preso por suposta conspiração.
Em uma nova e significativa reviravolta no inquérito que apura uma suposta trama golpista no seio do poder, a defesa do Tenente-Coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, um dos militares presos sob suspeita de conspirar contra as instituições democráticas, protocolou um novo pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF). A ação, encabeçada pelo advogado Jeffrey Chiquini nesta terça-feira (10), fundamenta-se em um elemento crucial e recente: o depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, que teria, segundo a defesa, desmantelado uma das acusações mais graves que pesavam sobre o grupo de militares conhecido como “Kids Pretos”.
Azevedo, que se encontra em prisão preventiva desde a deflagração de uma das fases da operação que investiga a intentona golpista, é apontado como um dos integrantes deste seleto grupo de oficiais que atuavam no entorno do então presidente. A principal alegação da defesa, que agora busca a revogação da custódia cautelar, é a de que Mauro Cid, em seu mais recente interrogatório perante o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, negou veementemente que o grupo tenha planejado ou discutido o assassinato do próprio magistrado.
“Acabei de protocolar novo pedido de liberdade do Coronel Azevedo, com base nos novos fatos apresentados por Mauro Cid em seu interrogatório, no qual afirmou que os ‘Kids Pretos’ nunca tramaram a morte do Ministro Alexandre de Moraes”, declarou Chiquini em suas redes sociais, sinalizando a confiança em uma mudança de cenário para seu cliente.
A prisão de Azevedo e de outros militares e civis foi decretada com base em um conjunto de evidências que, segundo a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, indicavam a existência de um plano para anular o resultado das eleições presidenciais de 2022, impedir a posse do presidente eleito e prender autoridades, incluindo o ministro Moraes. As investigações apontam para discussões sobre a decretação de um estado de sítio e o uso das Forças Armadas para uma ruptura institucional.
O grupo informalmente denominado “Kids Pretos” seria, no contexto da investigação, um núcleo de confiança do ex-presidente, composto por militares da ativa e da reserva com formação em forças especiais, que teriam um papel de assessoramento e possível execução em tais planos. A acusação de que este grupo teria cogitado atentar contra a vida de um ministro do STF representava um dos pontos mais sensíveis e graves do inquérito, justificando, aos olhos da acusação, a necessidade de medidas extremas como a prisão preventiva para garantir a ordem pública e a instrução processual.
Agora, com a declaração de Mauro Cid, considerado uma peça-chave da investigação por seu acordo de delação premiada, a defesa de Azevedo argumenta que a base para a manutenção da prisão se tornou insustentável. Na petição endereçada a Moraes, o advogado Jeffrey Chiquini sustenta que a ausência de elementos concretos que corroborem a acusação de planejamento de um atentado fatal fere diretamente o princípio da presunção de inocência.
“A manutenção da prisão com base em fatos que agora se mostram insubsistentes fere o princípio da presunção de inocência”, afirma um trecho do documento. A defesa alega que, sem essa acusação gravíssima, os demais elementos do processo não seriam suficientes para justificar a continuidade da segregação cautelar do tenente-coronel.
O pedido será agora analisado pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, que tem concentrado todas as decisões relativas ao inquérito. A expectativa é que a manifestação de Cid, o delator central do caso, tenha um peso considerável na avaliação do magistrado. Resta saber se, para o relator, a negativa de Cid sobre o plano de assassinato é suficiente para abalar o conjunto probatório que levou à prisão de Azevedo ou se outras acusações, como a de planejamento de um golpe de Estado, ainda se mantêm firmes o bastante para justificar a medida. A decisão do STF nos próximos dias será um termômetro crucial para o futuro não apenas do Tenente-Coronel Azevedo, mas para o desdobramento de todo o inquérito sobre os atos de 8 de janeiro e suas ramificações.
💬 E você, o que pensa sobre essa reviravolta? A fala de Mauro Cid é suficiente para soltar o Tenente-Coronel Azevedo? Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate!
Fonte: Hora Brasilia.
Da Redação.
Jornalista
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