Setor de alimentação da RMC reage e gera 847 empregos em fevereiro

Dados do Caged mostram recuperação após janeiro negativo; saldo acumulado no bimestre é 33 vezes maior que em 2024; Campinas lidera contratações
Após um início de ano com saldo negativo, o setor de alimentação da Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou forte recuperação em fevereiro, com a geração de 847 novos empregos formais, segundo dados do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho na última sexta-feira (28). O resultado não apenas compensou as perdas de janeiro, mas também superou o desempenho de fevereiro de 2024, quando o saldo foi de 444 vagas.
O acumulado do primeiro bimestre de 2025 também chama a atenção: foram 626 novos postos de trabalho, contra apenas 19 no mesmo período do ano passado – um crescimento de mais de 3.100%. O desempenho reforça a resiliência do segmento de bares e restaurantes, que vem se recuperando após os desafios econômicos dos últimos anos.
Fevereiro: retomada em 18 dos 20 municípios
Em fevereiro, 18 das 20 cidades da RMC registraram saldo positivo. Campinas liderou as contratações, com 416 novas vagas, seguida por Hortolândia (163), Itatiba (97), Holambra (57) e Indaiatuba (52). Apenas Cosmópolis teve saldo negativo (-4), enquanto Engenheiro Coelho manteve equilíbrio entre admissões e demissões.
O cenário contrasta com janeiro, quando 13 municípios fecharam no vermelho. Para especialistas, a melhora reflete a sazonalidade do setor – que costuma demitir após o pico de fim de ano – e uma retomada do consumo.
Abrasel: “Setor resistente, mas incertezas persistem”
André Mandetta, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas, avalia os números como positivos, mas com cautela. “O saldo de 626 empregos em dois meses mostra que o setor se recuperou após um janeiro fraco. Parte disso vem de novas aberturas e expansão de equipes”, explica.
No entanto, ele alerta para os riscos à frente: “Ainda há incertezas econômicas, e o fim do Programa Perse (Programa de Recuperação do Setor de Eventos) em abril pode impactar o segmento, especialmente estabelecimentos que dependem de festas e confraternizações”. O Perse, criado durante a pandemia, garantia benefícios fiscais ao setor.
Perspectivas para 2025
Economistas apontam que o bom desempenho do setor está alinhado à leve melhora no consumo das famílias, impulsionada pela queda na inflação e pelo aquecimento do turismo regional. Campinas, polo econômico e de eventos, tem se beneficiado da retomada de convenções e shows, que movimentam bares e restaurantes.
Por outro lado, o aumento do custo de insumos – como energia e gás de cozinha – e a possível alta nos preços dos alimentos pressionam os empresários. “Se o consumo não acompanhar, parte dessas vagas pode ser perdida ao longo do ano”, pondera Mandetta.
Ranking das cidades com maior saldo (fevereiro/2025):
- Campinas: +416
- Hortolândia: +163
- Itatiba: +97
- Holambra: +57
- Indaiatuba: +52
Comparativo com 2024
- Fevereiro/2024: saldo de +444
- Fevereiro/2025: saldo de +847
- Acumulado 2024 (jan-fev): +19
- Acumulado 2025 (jan-fev): +626
Os números do Caged confirmam a importância do setor de alimentação para a geração de empregos na RMC. Apesar dos desafios, a retomada em fevereiro sinaliza um 2025 promissor – desde que fatores como inflação e políticas públicas não interfiram negativamente. Para os trabalhadores, a notícia é alentadora: após anos de instabilidade, o setor volta a abrir portas.
Fonte: Comunicação Estratégica Campinas
Da Redação.
Jornalista
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