Toque de Recolher em Los Angeles Enquanto Protestos Anti-ICE Tomam o País

Perto do prédio federal Edward R. Roybal no centro de Los Angeles, 10 de junho de 2025. REUTERS/David Ryder
Cresce a Tensão com Repressão à Imigração de Trump
Los Angeles, EUA – Em meio a uma escalada de tensões e confrontos, a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, impôs um toque de recolher em partes do centro da cidade. A medida, que entrou em vigor das 20h às 6h, busca conter o vandalismo e saques que têm acompanhado os protestos contra as operações de fiscalização de imigração do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). Os protestos, que se iniciaram na sexta-feira passada após uma série de batidas do ICE na região, rapidamente se espalharam por outras grandes cidades americanas, incluindo Chicago e Nova York, gerando um cenário de crescente instabilidade e polarização em torno da política de imigração do governo Trump.
A decisão de impor o toque de recolher em Los Angeles veio após dias de manifestações intensas que culminaram em confrontos entre manifestantes e forças de segurança, com relatos de vandalismo generalizado e saques a estabelecimentos comerciais. Mais de 197 pessoas foram detidas na cidade em conexão com os distúrbios. A situação foi agravada pela controvertida decisão do presidente Donald Trump de enviar 700 fuzileiros navais e 2.000 membros da Guarda Nacional para Los Angeles, uma medida que encontrou forte oposição de líderes locais, que argumentam que as autoridades municipais têm capacidade para lidar com a situação. A presença de tropas federais nas ruas acendeu o debate sobre a militarização da resposta a protestos civis e o impacto nas liberdades individuais.
Em Chicago, os manifestantes tomaram as ruas com cartazes e cânticos contra o ICE, bloqueando o tráfego em avenidas centrais e em frente a edifícios federais. Embora muitas das manifestações tenham sido pacíficas, houve relatos de enfrentamentos com a polícia, resultando em prisões e no uso de agentes químicos para dispersar as multidões. A cidade de Nova York também se juntou ao coro de protestos, com manifestações em Lower Manhattan que levaram à prisão de cerca de 20 pessoas. Ativistas em todo o país planejam mais e maiores demonstrações nos próximos dias, incluindo eventos de “No Kings” (Sem Reis) para coincidir com um desfile militar planejado por Trump em Washington.
A intensificação das operações do ICE é uma resposta direta à promessa do presidente Trump de aumentar o número de deportações, com a Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, reiterando o compromisso da administração em “fazer cumprir a lei”. No entanto, os críticos argumentam que as táticas do ICE estão causando pânico e desespero em comunidades de imigrantes, desestabilizando famílias e provocando uma forte reação pública. Organizações de direitos dos imigrantes e defensores dos direitos civis condenam as batidas, descrevendo-as como “caça a escravos” e uma tentativa de aterrorizar os moradores.

As cenas de Los Angeles, com o toque de recolher, a presença militar e os confrontos nas ruas, refletem uma nação profundamente dividida sobre a questão da imigração. De um lado, o governo defende a aplicação rigorosa da lei; do outro, ativistas e comunidades se levantam em defesa de uma abordagem mais humana e compassiva. A tensão continua a crescer, e o desdobramento desses eventos nos próximos dias e semanas será crucial para o futuro da política de imigração nos Estados Unidos. O debate não é apenas sobre a legalidade, mas sobre a moralidade e os valores que definem a nação.
Qual a sua opinião sobre as políticas de imigração e os protestos em andamento? Deixe seu comentário e participe do debate!
Fonte: Reuters.
Da Redação.
Jornalista
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