Trump impõe tarifa de 10% sobre produtos brasileiros

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Medida protecionista acende alerta no Brasil e pode gerar retaliação

Trump impõe tarifa de 10% sobre produtos brasileiros e endurece política comercial

Washington, 2 de abril de 2025 – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados do Brasil, intensificando sua política protecionista. A medida, que entra em vigor imediatamente, faz parte de um pacote maior que inclui taxações de até 25% sobre veículos europeus e asiáticos. Trump classificou o anúncio como um “marco histórico” para a economia americana, afirmando que as tarifas protegerão empregos e indústrias nos EUA.

O Brasil, no entanto, reagiu com críticas duras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o país recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) e não descarta retaliações. “Essa decisão é desequilibrada e prejudica as relações comerciais entre nações soberanas”, declarou Lula em nota oficial.

O que muda para o Brasil?

A tarifa de 10% afeta diretamente setores já fragilizados, como aço, alumínio e etanol. O Brasil exporta cerca de US$ 30 bilhões em produtos para os EUA anualmente, e a medida pode reduzir a competitividade desses itens no mercado americano.

Etanol: Atualmente, os EUA cobram 2,5% sobre o etanol brasileiro, enquanto o Brasil taxa o produto americano em 18%. Trump citou essa disparidade como exemplo de “prática desleal”.

Aço e alumínio: Setores que já enfrentam sobretaxas desde 2018, quando Trump impôs tarifas globais de 25% e 10%, respectivamente.

Agronegócio: Produtos como café, suco de laranja e carnes podem ser os próximos alvos caso a tensão se agrave.

Brasil prepara resposta

O governo brasileiro já articula uma resposta. O Senado aprovou em regime de urgência o Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o país a impor barreiras equivalentes às aplicadas por outros países. O texto segue para a Câmara dos Deputados e pode ser sancionado rapidamente.

Além disso, o Brasil deve acionar a OMC, argumentando que as tarifas violam regras de comércio internacional. Caso a disputa se prolongue, o país pode adotar medidas como:

Aumento de tarifas sobre produtos americanos, como trigo e maquinário.

Restrições a investimentos de empresas dos EUA.

Busca por novos mercados, como China e União Europeia.

Impacto global e reações

A medida de Trump não se limita ao Brasil. As tarifas de 25% sobre carros europeus e asiáticos devem afetar montadoras como Volkswagen, Toyota e BMW, que têm forte presença nos EUA. A União Europeia já sinalizou que pode retaliar, elevando o risco de uma guerra comercial global.

Analistas econômicos alertam que o protecionismo pode frear a recuperação pós-pandemia e elevar preços para o consumidor americano. “Tarifas são um imposto indireto sobre os cidadãos. Quem paga a conta é o consumidor final”, afirmou Paul Krugman, economista e Nobel de Economia.

Próximos passos

Enquanto o governo brasileiro busca soluções diplomáticas, empresários pressionam por acordos bilaterais para minimizar prejuízos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve se reunir com o secretário de Comércio dos EUA nas próximas semanas para negociar exceções.

A tensão comercial entre os dois países não é nova, mas a escalada atual pode redefinir as relações econômicas. Se o Brasil retaliar, setores como tecnologia e farmacêutico podem ser afetados, já que dependem de insumos americanos.

Fonte: Reuters, Bloomberg, Casa Branca, Itamaraty

Da Redação.

Jornalista


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