Varejo em alerta: desafios econômicos pressionam lucros em 2025

Inflação, juros altos e crédito caro ameaçam setor, aponta Sincomércio
Crescimento do PIB não se traduz em saúde financeira para empresas; especialistas recomendam cautela com investimentos e estoques
O ano de 2025 se apresenta como um período de incertezas para o comércio varejista brasileiro. Apesar do crescimento de 3,4% do PIB em 2024 – o melhor desempenho desde 2021 –, o cenário atual é marcado por inflação acima da meta, taxa Selic elevada e aumento no número de falências. O **Sincomercio** (Sindicato dos Lojistas de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste) e a **FecomercioSP** alertam para um possível desaquecimento da economia nos próximos meses, com reflexos diretos no consumo e na lucratividade das empresas.
Crescimento Frágil: Crédito, Endividamento e Gastos Públicos
Os números positivos de 2024 foram impulsionados por fatores como:
– Geração de **1,7 milhão de empregos**
– Aumento de **12,9% no crédito para famílias**
– Recursos de precatórios e gastos públicos
No entanto, esse crescimento não veio acompanhado de mudanças estruturais. Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP, explica: “Crédito elevado significa mais dívidas, consumo da poupança reduz reservas, e gastos públicos geram desequilíbrio fiscal. Isso pode pressionar a inflação e exigir juros mais altos, reduzindo o poder de compra”.
Com a Selic em alta, o crédito fica mais caro, desestimulando consumo e investimentos. O Boletim Focus do BC revisou a projeção do IPCA de 4,99% para 5,66% em apenas dois meses, sinalizando inflação persistente.
Projeções para 2025: Desaceleração e Ajustes
As estimativas para o PIB em 2025 variam entre 1,8% e 2,4%, um ritmo bem menor que em 2024. O Sincomércio recomenda que os empresários evitem estoques altos e investimentos arriscados. “As empresas precisarão ajustar estratégias para manter a competitividade em um cenário de margens apertadas”, afirma Vitor Fernandes, presidente do sindicato.
Desempenho do Varejo: Setores em Queda e Alta
Dados do IBGE analisados pela FecomercioSP mostram disparidades no varejo:
– Alta de 14,2% em farmácias, perfumaria e cosméticos
– Queda de 7,7% em livrarias e papelarias
Em São Paulo, o cenário foi ainda mais desigual:
– +25,1% em eletrônicos e informática
– -11,3% em livros e revistas
– -15,8% no atacado de alimentos e bebidas
Vasconcellos ressalta que faturamento bruto não significa lucro: “Com inflação, os custos sobem, e as margens podem encolher mesmo com vendas altas”.
Estratégias para 2025: O Que Fazer?
Diante do cenário, especialistas sugerem:
– Controle rigoroso de custos
– Revisão de estoques para evitar perdas
– Foco em eficiência operacional
– Busca por linhas de crédito com juros menores
A FecomercioSP disponibilizou um e-book gratuito com orientações para empresários. [Confira aqui](#).
Da Redação.
Jornalista
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