CPMI do INSS mira chefe de sindicato ligado a Lula

Fraudes em aposentadorias motivam investigação no Congresso
O senador Cleitinho (Republicanos-MG) defendeu, em pronunciamento no dia 18 de junho de 2025, a convocação imediata de Milton Baptista de Souza, conhecido como Milton Cavalo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. A comissão, cujo pedido de criação foi lido no Congresso na terça-feira (17), tem como objetivo investigar suspeitas de irregularidades em descontos indevidos nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas, estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Cleitinho classificou o esquema como o “verdadeiro golpe” contra os segurados da Previdência, exigindo esclarecimentos sobre a origem de recursos que teriam financiado uma mansão supostamente ligada ao sindicalista.
Escândalo de descontos indevidos
A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 23 de abril de 2025, revelou um esquema de cobranças irregulares por entidades associativas, como a Sindnapi, que formalizavam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS. Esses acordos permitiam descontos automáticos nas aposentadorias, muitas vezes sem autorização dos beneficiários. Segundo a PF, quase 100% dos R$ 7,99 bilhões descontados eram irregulares, afetando idosos que acreditavam ser obrigados a pagar ou desconheciam as cobranças. O caso ganhou destaque com a saída do ex-ministro Carlos Lupi e do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de seis servidores públicos.
Conexão com o governo Lula
A investigação ganhou contornos políticos devido à ligação do Sindnapi com José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vice-presidente do sindicato. Cleitinho destacou que Milton Cavalo deve ser o primeiro convocado para explicar a origem dos recursos usados na compra de uma mansão, que, segundo denúncias, não está registrada em seu nome. Imagens divulgadas mostram Cavalo e Frei Chico na propriedade, intensificando as suspeitas. O senador enfatizou que as irregularidades ocorreram entre 2021 e 2023, período que abrange os governos de Jair Bolsonaro e Lula, exigindo uma apuração isenta.
Críticas à polarização política
Cleitinho criticou a polarização entre esquerda e direita, pedindo que a CPMI foque na responsabilização dos envolvidos, independentemente de filiações políticas. “Tanto tem gente de esquerda quanto de direita que são cretinos, canalhas, e têm que ser presos”, afirmou. Ele também questionou o uso do termo “tentativa de golpe” para os atos de 8 de janeiro de 2023, citando um áudio atribuído a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e defendeu que o Congresso priorize as fraudes contra aposentados. O senador pediu imparcialidade na condução da CPMI, que terá 15 deputados e 15 senadores, com prazo inicial de 180 dias.
Apoio e tensões no Congresso
O pedido de criação da CPMI, encabeçado pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), obteve apoio de 226 deputados e 36 senadores, superando o mínimo exigido. Apesar da iniciativa ter partido da oposição, mais da metade das assinaturas veio de partidos da base aliada de Lula, como PSB, PSD e MDB, evidenciando a pressão popular pelo esclarecimento do caso. O governo, por sua vez, articula a indicação de aliados, como o senador Omar Aziz (PSD-AM), cotado para presidir a comissão. A leitura do requerimento pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, marcou o avanço da investigação, que pode reacender disputas entre governo e oposição às vésperas das eleições de 2026.
Impacto para os aposentados
A CPMI busca não apenas identificar os responsáveis, mas também garantir o ressarcimento dos aposentados lesados. A deputada Coronel Fernanda afirmou que a investigação não se limitará ao período de 2019 a 2024, podendo apurar denúncias anteriores. O caso expõe a fragilidade na fiscalização do INSS e a negligência no combate a fraudes, que se intensificaram após medidas adotadas nos governos Temer e Bolsonaro, mas persistiram na gestão Lula. A pressão pública por justiça cresce, enquanto o governo promete punir os culpados e suspender temporariamente os empréstimos consignados.
Chamada para ação:
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Fonte: Senado Federal
Da Redação.
Jornalista
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