Congresso em crise: oposição trava sessões e declara “guerra”

Parlamentares ocupam mesas e exigem anistia e impeachment de Moraes após prisão de Bolsonaro
A volta dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional nesta terça-feira (5) foi marcada por um impasse político de grandes proporções. Deputados e senadores da oposição decidiram obstruir as sessões da Câmara e do Senado em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O clima de tensão se intensificou com a ocupação das mesas diretoras das duas casas legislativas, um gesto simbólico e contundente que impediu o início das votações após o recesso parlamentar. A ação foi liderada por parlamentares do PL e de partidos aliados, que exigem a imediata inclusão na pauta de dois temas explosivos: o projeto de lei que concede anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o pedido de impeachment de Moraes.
⚖️ O estopim da crise
A decisão de Moraes, que impôs a Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica e o bloqueio de suas redes sociais, foi vista pela oposição como um ataque direto à liberdade política e à Constituição. “Se é guerra que o governo quer, guerra terá”, declarou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em coletiva de imprensa. Segundo ele, o Congresso está sendo “emudecido” e suas prerrogativas estão sendo violadas.
🏛️ A ocupação das mesas e o impasse
A ocupação das mesas diretoras foi anunciada como uma forma de pressionar os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a pautarem os projetos exigidos pela oposição. “Estamos ocupando as duas mesas diretoras e não sairemos até que haja uma reunião para resolver esse problema de soberania nacional”, afirmou Sóstenes.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reforçou o tom de enfrentamento: “Se for preciso, vamos virar a noite aqui no plenário. Tem mais de 12 senadores prontos para isso.”
🔄 Base governista reage
Do outro lado, parlamentares da base governista reagiram com palavras de ordem como “sem anistia”, defendendo que os responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro sejam punidos. A tensão entre os grupos gerou discussões acaloradas e paralisou completamente os trabalhos legislativos.
🧩 Negociações e resistência
Motta e Alcolumbre têm evitado pautar os temas exigidos pela oposição, em parte por negociações com o governo federal. A resistência tem gerado críticas e mobilizações, incluindo protestos em diversas cidades brasileiras no último fim de semana.
O deputado Filipe Barros (PL-PR) afirmou que a oposição só desocupará a mesa da Câmara quando houver garantia de que o projeto da anistia será pautado. Já o 1º vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), declarou que pretende pautar a proposta assim que Motta se ausentar do país: “É a única pauta capaz de pacificar o país.”
🧭 O que está em jogo
A crise escancarada nesta terça-feira revela uma profunda divisão entre os poderes e reacende o debate sobre os limites da atuação do Judiciário frente ao Legislativo. A oposição vê em Moraes um agente de censura e perseguição política, enquanto a base governista defende a atuação firme do STF como essencial para a preservação da democracia.
Com a obstrução declarada, os próximos dias prometem ser de intensas negociações, embates e possíveis reviravoltas. A pauta da anistia e o impeachment de Moraes se tornaram símbolos de uma disputa que ultrapassa os corredores do Congresso e ecoa nas ruas e redes sociais.
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📚 Fonte: Gazeta do Povo
Da Redação.
Jornalista
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