Filho do Fundador Expõe ‘Cultura da Morte’ do Hamas

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A partir da esquerda: a apresentadora do JCFA Podcast e diretora de conteúdo Sarah Martinez-Amir, o ex-prisioneiro do Hamas Luis Har e Mosab Hassan Yousef, 19 de agosto de 2025. Crédito: Centro de Segurança e Relações Exteriores de Jerusalém.

Mosab Hassan Yousef, filho de um dos fundadores do Hamas, critica ideologia do grupo como ameaça global em evento em Tel Aviv, propondo alternativas à criação de um Estado palestino.

Em um evento recente em Tel Aviv, Mosab Hassan Yousef, filho mais velho de Sheikh Hassan Yousef, cofundador do Hamas, descreveu o grupo como promotor de uma “cultura da morte” que transcende fronteiras políticas e religiosas.

Suas declarações, feitas durante um briefing organizado pelo Centro de Segurança e Relações Exteriores de Jerusalém (JCFA), destacam tensões profundas no conflito israelense-palestino, mas também geram controvérsias sobre sua imparcialidade, dado seu histórico como informante israelense. Este artigo explora o tema de forma organizada, com tópicos explicativos, baseando-se em relatos do evento e contextos históricos para oferecer uma visão equilibrada e confiável.

Biografia de Mosab Hassan Yousef: De Herdeiro do Hamas a Crítico Convertido

Mosab Hassan Yousef nasceu em 1978 em Ramallah, na Cisjordânia, em uma família profundamente envolvida no movimento islâmico. Seu pai, Sheikh Hassan Yousef, é um dos fundadores do Hamas, grupo formado em 1987 durante a Primeira Intifada como ramificação da Irmandade Muçulmana. Crescer nesse ambiente expôs Mosab à ideologia do grupo desde cedo: ele foi preso múltiplas vezes pela Agência de Segurança de Israel (Shin Bet) por atividades relacionadas ao Hamas.

Enquanto cumpria pena em uma prisão israelense, Mosab foi recrutado como informante pelo Shin Bet. Inicialmente, ele aceitou o papel com a intenção de proteger sua família, atuando como agente duplo. No entanto, ao longo dos anos, ele se desiludiu com o que via como hipocrisia e violência inerente ao Hamas. Entre 1997 e 2007, trabalhou secretamente para Israel, ajudando a prevenir atentados suicidas e salvar vidas em ambos os lados. Essa experiência o levou a converter-se ao cristianismo em 2008, romper com sua família e exilar-se nos Estados Unidos, onde obteve asilo político.

Mosab documentou sua jornada no livro “Son of Hamas” (2010), que se tornou best-seller e inspirou o documentário “The Green Prince” (2014). Ele afirma que sua motivação foi humanitária, mas críticos palestinos o veem como traidor.

Fontes como o jornal Haaretz o acusam de pandering para audiências israelenses, exagerando narrativas anti-palestinas e negando a identidade nacional palestina, chamando-o de “propagandista” que compara palestinos a nazistas para ganhar aplausos. Do outro lado, apoiadores israelenses e ocidentais o elogiam como voz autêntica contra o extremismo.

A ‘Cultura da Morte’ do Hamas: Explicações de Yousef

No evento intitulado “Expondo e Expulsando o Hamas – a Ideologia por Trás do 7 de Outubro e da Guerra de Reféns”, Yousef argumentou que o Hamas promove uma “cultura da morte” que prioriza sacrifícios humanos por ganhos políticos ou financeiros, algo “além da compreensão” tanto no Ocidente quanto no Oriente. Ele citou sua própria experiência: “Meu pai teve que escolher entre seu filho mais velho e a causa, e ele escolheu a causa”. Isso ilustra, segundo ele, como o grupo arrasta civis – incluindo crianças – para conflitos brutais, sabendo que elas pagarão o preço.

Yousef conecta essa ideologia à Irmandade Muçulmana, matriz do Hamas, descrevendo-a como uma jihad religiosa sem limites, que usa a causa palestina como “dispositivo” para atrair apoio nacionalista. “Em 7 de outubro, o Hamas não matou e sequestrou em nome da Palestina, mas em nome de Alá”, afirmou, referindo-se ao ataque de 2023 que matou cerca de 1.200 israelenses e levou ao sequestro de mais de 250 pessoas. Ele alerta que, se o Hamas destruir Israel, voltará-se contra árabes moderados, seitas muçulmanas e o Ocidente.

Perspectivas opostas veem o Hamas não como “cultura da morte”, mas como movimento de resistência contra a ocupação israelense. A Carta do Hamas de 1988 enfatiza a luta contra o “projeto sionista racista”, mas uma versão revisada em 2017 aceita um Estado palestino nas fronteiras de 1967, promovendo nacionalismo islâmico. Críticos como o Wilson Center destacam seu uso de violência, incluindo escudos humanos, enquanto apoiadores argumentam que é resposta a bloqueios e assentamentos israelenses.

Contexto do Evento: Vozes de Sobreviventes e Especialistas

O briefing ocorreu em Tel Aviv, com participantes como Luis Har, resgatado de cativeiro pelo Hamas em fevereiro de 2024, e Dan Diker, presidente do JCFA. Moderado por Sarah Martinez-Amir, o evento visou expor a ideologia do Hamas pós-7 de outubro.

Luis Har, sequestrado no Kibutz Nir Yitzhak junto com familiares, relatou meses de cativeiro em Rafah, Gaza. Libertado pela Unidade Yamam das Forças de Defesa de Israel (IDF), ele enfatizou: “Não esqueçam o 7 de outubro”. Sua história destaca atrocidades como sequestros de civis, incluindo sobreviventes do Holocausto, e pede a libertação dos 50 reféns restantes.

A sobrevivente de 7 de outubro, Adele Raemer, no briefing do JCFA em Tel Aviv, 19 de agosto de 2025. Crédito: Centro de Segurança e Relações Exteriores de Jerusalém.

Dan Diker alertou sobre implicações globais, comparando o Hamas à Al-Qaeda e ao ISIS. Ele criticou uma possível resolução da ONU reconhecendo um Estado palestino como “prêmio” pelo terrorismo, argumentando que enviaria uma mensagem perigosa: “Assassinato em massa compensa”. Adele Raemer, sobrevivente do Kibutz Nirim, encontrou esperança nas palavras de Yousef, que propõe uma federação árabe com cooperação israelense em vez de um Estado palestino: “Prefiro economia, educação e infraestrutura para meu povo, com Israel gerenciando a segurança”.

Implicações Políticas e Globais: Separação entre Religião e Política

Yousef defende separar religião da política para combater a estratégia do Hamas, que constrói infraestrutura (escolas, hospitais) enquanto arma civis. Ele compara o grupo a outros jihadistas, mas nota sua astúcia em usar causas nacionais como Palestina ou Caxemira para enganar o mundo. “Lutamos contra a Irmandade Muçulmana há um século e não podemos derrotá-la porque ela tem uma estratégia diferente”, disse.

Globalmente, pesquisas como a do Pew Research mostram divisões: 27% dos americanos veem Israel “indo longe demais” contra o Hamas, enquanto outros o apoiam como autodefesa. Do lado palestino, o Hamas é visto por alguns como far-right ideológico, perpetuando sofrimento, mas por outros como resistência legítima. Socialistas e progressistas debatem seu alinhamento, criticando-o por conservadorismo religioso, mas defendendo o direito palestino à autodeterminação.

Yousef adverte que tolerância excessiva é vista como fraqueza, acendendo “sede de sangue”. Sua proposta de federação árabe foca em prosperidade compartilhada, reduzindo o peso de “oportunistas” que usam a Palestina para prejudicar árabes e judeus.

A partir da esquerda: A apresentadora do podcast e diretora de conteúdo do Centro de Segurança e Relações Exteriores de Jerusalém (JCFA), Sarah Martinez-Amir, o ex-prisioneiro do Hamas Luis Har, Mosab Hassan Yousef e o presidente da JCFA, Dan Diker, participam de um briefing a portas fechadas organizado pela JCFA em Tel Aviv em 19 de agosto de 2025 Crédito: Centro de Segurança e Relações Exteriores de Jerusalém.

Perspectivas Opostas e Controvérsias

Embora Yousef seja elogiado por expor extremismo, ele enfrenta críticas ferozes. Palestinos e ex-muçulmanos em fóruns como Reddit o veem como “vendido” a Israel, negando narrativas palestinas e promovendo conspirações. Artigos em veículos como Ynetnews e Haaretz destacam sua rejeição à etnia palestina como “narrativa de opressão”, o que aliena apoiadores da solução de dois Estados. Fontes pró-palestinas argumentam que o foco em “cultura da morte” ignora raízes do conflito, como a ocupação desde 1967 e desigualdades econômicas.

Em resumo, as declarações de Yousef oferecem uma visão interna crítica ao Hamas, mas devem ser contextualizadas com vozes de ambos os lados para evitar polarização. O evento reforça debates sobre paz, segurança e ideologia no Oriente Médio, onde soluções como federações ou Estados independentes continuam dividindo opiniões.


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Fonte: Jewish News Syndicate (JNS.org).

Da Redação.

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