Alckmin no Vaticano, Nova Estratégia? Acorda Brasil!

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Vice-presidente busca reaproximar cristãos e fortalecer imagem

No último dia 16 de maio, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), embarcou para Roma, na Itália, com uma missão de peso: representar o Brasil na missa solene que marcará o início do pontificado do papa Leão XIV, no domingo (18). A celebração, que acontece na Praça São Pedro, no Vaticano, consagra o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost como o 267º líder da Igreja Católica, eleito no conclave de 8 de maio. A viagem, confirmada pelo Itamaraty, coloca Alckmin no centro de um momento histórico para a Igreja e, ao mesmo tempo, sinaliza uma mudança estratégica em sua postura política no Brasil.

Uma Honra para o Maior País Católico do Mundo

Católico praticante, Alckmin não poupou palavras ao classificar a viagem como “uma honra”. Em declarações à imprensa durante a 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo, ele destacou a relevância do evento para os brasileiros: “O Brasil é o maior país católico do mundo. Nós, latino-americanos, termos um papa que nasceu nos Estados Unidos, mas passou a vida no Peru, ficamos muito felizes.” A escolha de Leão XIV, um religioso com trajetória pastoral de décadas no Peru, foi celebrada pelo vice-presidente, que enxerga no novo pontífice um símbolo de continuidade ao legado do papa Francisco, marcado pela defesa da justiça social, da paz e do diálogo inter-religioso.

A presença de Alckmin no Vaticano não é apenas protocolar. Segundo analistas políticos, a viagem reforça sua imagem como uma figura conciliadora, capaz de dialogar com setores conservadores que, nos últimos anos, se distanciaram do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Igreja Católica, que ainda exerce forte influência no Brasil, é vista como um desses setores-chave.

Cristãos: O Setor que Pode “Mudar Tudo”

Nos bastidores do Palácio do Planalto, comenta-se que Alckmin tem trabalhado para se aproximar de grupos que historicamente se opõem a Lula, como o agronegócio e, agora, os cristãos – tanto católicos quanto evangélicos. Essa estratégia ganhou força após a eleição de 2022, quando o vice, então recém-filiado ao PSB, assumiu o papel de articular pontes com segmentos conservadores. A escolha de representar o Brasil na posse de Leão XIV é vista como um passo calculado nesse plano.

O Brasil, com cerca de 123 milhões de católicos, segundo o Censo de 2010 do IBGE, continua sendo o maior país católico do mundo, embora a influência evangélica tenha crescido significativamente. Nos últimos anos, pautas progressistas defendidas pelo PT, como direitos reprodutivos e diversidade, geraram resistências entre líderes religiosos, afastando parte do eleitorado cristão. Alckmin, com seu perfil moderado e histórico de diálogo com a Igreja, parece ser a aposta do governo para reverter esse cenário.

Um Discurso Renovado

A mudança no discurso de Alckmin é perceptível. Durante a campanha de 2022, ele já havia se empenhado em reduzir a rejeição a Lula entre evangélicos, gravando vídeos que reforçavam os valores cristãos e se reunindo com líderes religiosos. Após a eleição, manteve o ritmo, como no encontro com o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), um expoente da bancada evangélica, em novembro de 2022. Agora, com a viagem ao Vaticano, Alckmin reforça sua proximidade com o catolicismo, destacando a importância de Leão XIV como um “papa da esperança”, alinhado a questões como justiça social e mudanças climáticas.

Essa abordagem não é novidade na trajetória de Alckmin. Durante seus 16 anos como governador de São Paulo, ele cultivou uma relação próxima com a Igreja Católica, participando de eventos religiosos e mantendo diálogo com líderes eclesiásticos. Sua filiação ao PSB, em 2022, e a aliança com Lula foram planejadas para ampliar o alcance do governo junto ao centro e à centro-direita, e a viagem ao Vaticano reforça essa missão.

O Papel de Leão XIV e as Expectativas

A eleição de Robert Francis Prevost como papa Leão XIV gerou entusiasmo entre latino-americanos, especialmente por sua trajetória no Peru, onde atuou como missionário por 20 anos. Alckmin destacou que o novo papa “dará continuidade ao trabalho do papa Francisco”, citando a encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, como inspiração para as bases doutrinárias da justiça social na Igreja. Especialistas apontam que Leão XIV, com seu perfil progressista e foco em questões como ecologia e acolhimento aos pobres, pode fortalecer a influência da Igreja em temas globais, o que ressoa com as prioridades do governo Lula, como a agenda climática.

Os Próximos Capítulos

A viagem de Alckmin ao Vaticano, que inclui encontros com cardeais brasileiros e com o arcebispo Paul Richard Gallagher, responsável pelas relações exteriores da Santa Sé, é apenas o começo de uma agenda que pode redefinir sua posição no cenário político nacional. Nos próximos meses, espera-se que o vice intensifique sua articulação com líderes religiosos e empresariais, como já sinalizado em suas reuniões mensais no Palácio do Jaburu.

Enquanto Lula enfrenta desafios domésticos, como a crise no INSS e a resistência do agronegócio, Alckmin emerge como uma figura estratégica, capaz de construir pontes com setores que podem “mudar tudo” no equilíbrio de forças do governo. Se o plano de Alckmin já está em execução, como sugerem os bastidores, os próximos capítulos prometem revelar até onde sua influência pode chegar.

Fonte: Site oficial do Planalto.

Da Redação.

Jornalista


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