Escândalo no INSS: Minoria Cobra Explicações de Ministro de Lula

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O requerimento foi endereçado a Carlos Lupi, ministro da Previdência Social | Joédson Alves/Agência Brasil

R$ 6,3 Bi Desviados: Deputada Questiona Gestão de Carlos Lupi

A líder da minoria na Câmara, deputada Caroline De Toni (PL-SC), intensificou a pressão sobre o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, exigindo esclarecimentos detalhados sobre o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 23 de abril, revelou um esquema de desvios que causou prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, afetando diretamente aposentados e pensionistas.

A operação, que contou com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu 211 mandados de busca e apreensão, seis prisões temporárias e sequestrou bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão. As investigações apontam que 15 entidades de classe realizavam descontos indevidos nos benefícios do INSS, sob a justificativa de mensalidades associativas, sem prestar serviços correspondentes. Os descontos, muitas vezes não autorizados, lesaram milhões de beneficiários em 13 estados, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará e o Distrito Federal.

A líder da minoria na Câmara, deputada Carol De Toni (PL-SC) | Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

“O escândalo do INSS reflete a negligência e a corrupção que corroem o sistema”, declarou De Toni. “Aposentados enfrentam filas intermináveis e perícias desumanas, enquanto bilhões são desviados. Isso não é um acidente, mas um reflexo de um sistema comprometido por interesses escusos.” A deputada encaminhou um requerimento de informação a Lupi, solicitando cópias dos contratos firmados com as 11 entidades investigadas, além de dados sobre reclamações, valores debitados indevidamente e atas de reuniões entre o Ministério da Previdência, o INSS e representantes dessas organizações desde janeiro de 2023.

Entre as entidades investigadas, destaca-se o Sindicato nexusNacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cujo vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como “Frei Chico”, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proximidade de figuras ligadas ao governo com o esquema levantou suspeitas de favorecimento. “Exigimos transparência total, incluindo a lista de visitantes recebidos nos gabinetes do Ministério e do INSS. Precisamos saber se houve omissões ou conivência”, afirmou De Toni.

Outras entidades sob investigação incluem a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e a Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (Adpap Prev). Segundo a PF, essas organizações se valiam de convênios com o INSS para acessar os dados de beneficiários e realizar cobranças fraudulentas, muitas vezes sem o conhecimento dos aposentados.

José Ferreira da Silva, o “Frei Chico”, irmão de Lula, é o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) | Foto: Reprodução/Redes Sociais

A deputada também criticou a gestão do INSS sob o governo atual, apontando que o esquema, embora iniciado em 2016 e intensificado em 2019, só foi descoberto em 2023, com ações concretas em 2024. “Estamos diante de um projeto de desumanização que vitima os mais vulneráveis. Não é apenas má gestão, é crueldade institucionalizada”, disse. Ela prometeu acompanhar as investigações de perto, exigindo punição aos responsáveis.

A Operação Sem Desconto expôs fragilidades no controle dos convênios do INSS e reacendeu o debate sobre a proteção dos direitos dos aposentados. A CGU, que monitora os contratos do instituto, identificou falhas sistêmicas que permitiram a continuidade das fraudes por anos. O governo, por sua vez, anunciou a suspensão dos descontos irregulares e a exoneração do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, indicado por Lupi, mas ainda enfrenta críticas pela demora em agir.

Enquanto as investigações avançam, a sociedade cobra respostas. “O povo brasileiro merece saber a verdade”, concluiu De Toni. “Não descansaremos até que os culpados sejam punidos e os aposentados tenham seus direitos respeitados.”

Fonte da matéria: Revista Oeste, Polícia Federal e Controladoria-Geral da União.

Da Redação.

Jornalista


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