Frei Chico Expõe Estratégia do PT no Estado

Irmão de Lula Revela Planos e Escândalo no INSS
Em um momento de intensa crise política, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe à tona revelações que abalam as estruturas do governo petista. Em entrevista à revista Fórum em agosto de 2024, Frei Chico admitiu que o Partido dos Trabalhadores (PT) implementou uma estratégia de infiltração em instituições estatais, nomeando juízes, promotores, procuradores e militares para consolidar sua influência. “Se não fizer isso, não vai mudar”, afirmou, destacando que o processo foi conduzido de forma silenciosa para evitar resistência pública. As declarações reacendem críticas sobre um suposto projeto de hegemonia política do PT, intensificando o debate em meio às investigações da Operação Sem Desconto, que apura desvios de R$ 6,3 bilhões no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das entidades investigadas, colocou-se no centro do furacão. A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 23 de abril de 2025, revelou um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados, afetando 6 milhões de beneficiários entre 2019 e 2024. Embora a PF tenha esclarecido que Frei Chico não é diretamente investigado, a implicação do Sindnapi no caso levanta questionamentos sobre o ambiente permissivo em órgãos sob influência petista.
As investigações apontam que entidades como o Sindnapi realizavam descontos automáticos sem autorização, drenando bilhões de reais de aposentados vulneráveis. Um relatório da CGU, concluído em setembro de 2024, revelou que 97,6% dos beneficiários entrevistados não autorizaram os descontos, evidenciando a escala da fraude. O escândalo culminou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, por ordem de Lula, após resistência inicial do ministro da Previdência, Carlos Lupi, em exonerá-lo.
Além das revelações sobre o INSS, as declarações de Frei Chico sobre a extinção das Forças Armadas chocaram setores conservadores. “Para chegar a essa sociedade sonhada, precisa eliminar esse pessoal altamente conservador, estúpido, ignorante”, disse, defendendo a dissolução das Forças Armadas como parte de um projeto de longo prazo. Tais afirmações, feitas por uma figura próxima ao presidente, intensificaram a polarização política e alimentaram narrativas da oposição, que acusam o PT de aparelhar o Estado para neutralizar resistências institucionais.
O escândalo do INSS e as confissões de Frei Chico reforçam a percepção de um projeto de poder sistêmico do PT. Segundo analistas, as nomeações estratégicas em órgãos-chave visavam garantir lealdade institucional, um método que, conforme admitido por Frei Chico, foi planejado para operar nas sombras. A crise atual coloca pressão sobre o governo Lula, que enfrenta dificuldades para conter o desgaste político. A reunião de Lula com o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, em 28 de abril, sinaliza uma tentativa de mitigar os danos, mas a falta de transparência inicial sobre as fraudes, que Lupi sabia desde julho de 2023, compromete a narrativa governista.
A oposição, especialmente bolsonaristas, tem explorado o caso nas redes sociais, associando o escândalo a Lula e ao PT. Memes e postagens no X amplificam a narrativa de corrupção, enquanto governistas tentam destacar que as fraudes começaram no governo Bolsonaro. Contudo, dados da CGU mostram que os descontos irregulares saltaram de R$ 706,2 milhões em 2022 para R$ 2,8 bilhões em 2024, período que coincide com a gestão petista, enfraquecendo a defesa do Planalto.
À medida que a PF avança nas investigações, o governo Lula enfrenta um desafio duplo: responder às acusações de conivência com as fraudes e esclarecer o alcance da infiltração institucional confessada por Frei Chico. A crise expõe vulnerabilidades na gestão petista e reacende debates sobre a ética na administração pública, com impactos que podem reverberar até as próximas eleições.
Da Redação.
Jornalista
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