General Freire Gomes Confronta Moraes e Desmonta Acusações

0
photo_2025-05-19_22-15-37

Depoimento no STF Abala Narrativa de Golpe contra Bolsonaro

Em um depoimento marcante na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (19), o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, apresentou uma narrativa que desafia diretamente o relatório da Polícia Federal (PF) e a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Com respostas firmes e categóricas, Freire Gomes negou diversas alegações, confrontou o ministro Alexandre de Moraes e trouxe novos elementos que enfraquecem a acusação contra Bolsonaro.

Contexto do Depoimento

O depoimento de Freire Gomes ocorreu no âmbito da ação penal que investiga o chamado “núcleo crucial” de uma suposta trama golpista, liderada, segundo a PGR, por Bolsonaro e aliados. A investigação, deflagrada pela Operação Tempus Veritatis, aponta que o ex-presidente teria apresentado uma minuta golpista com medidas como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e estado de sítio para reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva. Freire Gomes, testemunha no processo, foi comandante do Exército durante o período em questão e é uma figura central para esclarecer os eventos.

Negações Categóricas do General

Durante a audiência, Freire Gomes negou veementemente ter dado “voz de prisão” a Bolsonaro, como sugerido por interpretações de seu depoimento anterior à PF. “A mídia até disse que eu dei voz de prisão ao presidente, e isso não aconteceu”, afirmou, classificando a informação como um “equívoco da imprensa”. Ele também minimizou a relevância da chamada “minuta do golpe”, descrevendo-a como “um apanhado de considerandos com base na Constituição, com aspectos jurídicos”, que considerou “muito vazio” e não lhe chamou atenção. Segundo o general, o documento foi apresentado por Bolsonaro apenas como um estudo inicial, sem demanda de ações concretas.

Além disso, Freire Gomes esclareceu que não identificou Filipe Martins, ex-assessor da Presidência, como o responsável por apresentar a minuta, afirmando que não o conhecia antes do noticiário. Ele também negou que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres fosse o autor do documento, declarando: “Não sei quem é o autor.” Essas afirmações contradizem diretamente trechos do relatório da PF, que sugeria maior clareza sobre os envolvidos e a intenção golpista.

Confronto com Alexandre de Moraes

O depoimento ganhou momentos de tensão quando o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, acusou Freire Gomes de apresentar contradições em relação ao depoimento prestado à PF em março de 2024. Na ocasião, o general havia afirmado que o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, se colocara “à disposição” de Bolsonaro para medidas golpistas. No STF, Freire Gomes disse que não viu “conluio” na postura de Garnier, o que levou Moraes a advertir: “Ou o senhor falseou a verdade na polícia, ou está falseando a verdade aqui.” O ministro exigiu que o general “pensasse bem” antes de responder, alertando que testemunhas não podem omitir a verdade.

Freire Gomes, no entanto, manteve sua posição com firmeza. “Com 50 anos de Exército, eu jamais mentiria”, respondeu, reafirmando que Garnier disse estar “com o presidente”, mas que não cabia a ele interpretar a intenção da declaração. A resposta contundente do general foi vista como um desafio direto à pressão de Moraes, reforçando sua credibilidade e abalando a narrativa construída pela PGR.

Impacto nas Acusações contra Bolsonaro

As declarações de Freire Gomes têm potencial para desmontar a tese de que Bolsonaro planejava um golpe de Estado. Ao minimizar a relevância da minuta e negar pressões do ex-presidente para implementar medidas inconstitucionais, o general enfraquece a denúncia da PGR, que depende de sua testemunha para sustentar a acusação. Ele também destacou que sempre alertou Bolsonaro sobre a necessidade de agir dentro da legalidade, reforçando que o Exército não participaria de iniciativas inconstitucionais.

A defesa de Bolsonaro, que não se manifestou diretamente sobre o depoimento, pode usar as declarações para argumentar que as reuniões citadas eram apenas discussões preliminares, sem intenção golpista. O depoimento também foi repercutido pelo deputado Gustavo Gayer, que destacou a postura firme do general em seu canal no YouTube, apontando que as declarações abalam o “castelo de areia” construído por Moraes.

Reações e Próximos Passos

O embate entre Freire Gomes e Moraes gerou forte repercussão, com apoiadores de Bolsonaro celebrando a firmeza do general. Até 2 de junho, o STF ouvirá 82 testemunhas no processo, incluindo o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior. Após as oitivas, Bolsonaro e outros réus serão interrogados, com o julgamento final previsto para ocorrer ainda em 2025. O depoimento de Freire Gomes, no entanto, já marca um ponto de inflexão, levantando dúvidas sobre a solidez das acusações e a condução do processo por Moraes.

Conclusão

O depoimento de Marco Antônio Freire Gomes no STF representa um revés significativo para a narrativa de golpe construída pela PF e PGR. Com sua experiência militar e postura firme, o general desafiou as acusações de Moraes, negou elementos centrais da denúncia e reafirmou sua integridade. O caso, que continua a polarizar o cenário político brasileiro, ganha um novo capítulo com potencial para redefinir o futuro de Jair Bolsonaro no Judiciário.

O deputado Gustavo Gayer repercutiu o levante do General em seu canal. Assista:

Fonte: O Globo.

Da Redação.

Jornalista


Descubra mais sobre GRNOTICIAS

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Queremos ouvir você, deixe seu comentário, será um prazer respondê-lo.

Descubra mais sobre GRNOTICIAS

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading