Hugo Motta Propõe Nova Anistia para 8/1

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Texto Moderado Busca Aprovação no Congresso

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu um passo significativo ao enviar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma nova versão do projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas. A iniciativa, descrita como uma versão “light” da proposta original, busca reduzir resistências jurídicas e políticas, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), e facilitar sua tramitação no Congresso Nacional. A movimentação reacende o debate sobre a responsabilização dos envolvidos nos atos antidemocráticos e expõe as tensões entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Contexto dos Atos de 8 de Janeiro

Os eventos de 8 de janeiro de 2023 marcaram um dos episódios mais graves da recente história política brasileira. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF, em uma tentativa de contestar o resultado das eleições de 2022, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As ações resultaram em depredações, prisões e condenações, com penas que, em alguns casos, chegam a 17 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, tem mantido uma postura firme contra os envolvidos, enquanto o governo Lula se opõe à anistia ampla.

A Nova Proposta de Hugo Motta

A nova minuta elaborada por Hugo Motta, segundo fontes próximas ao ex-presidente, apresenta um tom mais moderado em relação ao projeto inicial, que enfrentava forte resistência por ser considerado amplo demais e potencialmente inconstitucional. O texto revisado foca em perdoar condenados por crimes menos graves, como aqueles que não participaram diretamente da depredação ou da articulação dos atos. A proposta exclui, por exemplo, punições por tentativa de golpe, concentrando-se em infrações como danos ao patrimônio público. Essa abordagem visa contornar objeções do STF e conquistar apoio de parlamentares do centrão, que têm se mostrado hesitantes diante da pressão de bolsonaristas e do governo.

Motta, conhecido por sua habilidade de articulação e equilíbrio entre diferentes espectros políticos, busca um consenso que não agrave a crise institucional entre os poderes. Ele já teria iniciado conversas com líderes partidários, o STF e o governo Lula para costurar uma solução viável. A proposta também foi enviada a Bolsonaro, que planeja discuti-la com deputados aliados, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Tenente-Coronel Zucco (PL-RS), na próxima semana, para alinhar estratégias de mobilização no Congresso.

Reações e Desafios

A iniciativa de Motta gerou reações mistas. Parlamentares bolsonaristas, como Cavalcante, celebraram a movimentação, vendo-a como um passo para aliviar as penas de apoiadores presos. Por outro lado, deputados petistas, como Lindbergh Farias (PT-RJ), criticaram a proposta, reforçando que os atos de 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe e que anistiar os envolvidos seria uma afronta à democracia. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, destacou que qualquer revisão de penas deve ser feita pelo STF, respeitando a autonomia do Judiciário.

No STF, a recepção é cautelosa. Ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, que têm dialogado com Motta, sinalizam que a progressão de penas para alguns condenados já está em curso, mas rejeitam uma anistia que beneficie articuladores ou minimize a gravidade dos atos. A Corte avalia que perdoar os responsáveis poderia abrir precedentes para novos ataques à democracia.

Impactos Políticos

A proposta de anistia é vista por analistas como um projeto de poder do bolsonarismo, com o objetivo de reabilitar juridicamente Jair Bolsonaro e seus aliados, além de enfraquecer o STF, acusado por eles de “ativismo judicial”. A articulação de Motta, no entanto, tenta evitar que o texto seja percebido como uma provocação direta ao Judiciário. A pressão de manifestações populares, como atos organizados por Bolsonaro em São Paulo e no Rio de Janeiro, também influencia o debate, com aliados do ex-presidente buscando mobilizar apoio para pressionar deputados.

Apesar do esforço de Motta, a tramitação enfrenta obstáculos. O Senado, sob a liderança de Davi Alcolumbre (União-AP), já rejeitou versões anteriores da anistia, e a proximidade entre Alcolumbre e Lula pode dificultar avanços. Além disso, o STF já indicou que declararia inconstitucional qualquer projeto que contrarie suas decisões.

O Futuro da Proposta

A decisão de Hugo Motta de encaminhar a nova proposta a Bolsonaro demonstra sua tentativa de equilibrar interesses opostos, mas também expõe os desafios de sua posição como presidente da Câmara. A reunião com líderes do PL na próxima semana será crucial para definir se o texto ganhará tração ou se permanecerá no “limbo” legislativo, como ocorreu com versões anteriores. Enquanto isso, o debate continua polarizado, com o risco de aprofundar divisões no Congresso e na sociedade.

O que você acha da proposta de anistia aos condenados do 8 de janeiro? A iniciativa de Hugo Motta pode pacificar o debate ou acirrar a crise institucional? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe esta matéria para ampliar a discussão!

Fonte: Agência Câmara.

Da Redação.

Jornalista


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